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New York Times

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Abertura na Indonésia instiga o mundo artístico

Por GINANNE BROWNELL

JACARTA - A arte contemporânea da Indonésia tornou-se um dos ambientes artísticos mais aquecidos do Sudeste Asiático.

"Hoje a Indonésia parece o que foi a cena artística de Nova York nos anos 1970 e 1980, quando todo mundo se conhecia e havia muito apoio", disse Entang Wiharso, um artista que divide seu tempo entre a Indonésia e Rhode Island, no leste dos Estados Unidos.

"Os colecionadores aqui são muito sérios, ativos e sofisticados em seus gostos."

Os artistas indonésios de hoje desfrutam uma nova liberdade para explorar a política, a sexualidade e a identidade.

"Hoje a arte está concentrada em questões sociais", disse Satriagama Rakantaseta, diretor da Heri Pemad Art Management, em Yogya, que todo mês de julho abriga a Art Fair Jogja. "A expressão artística de hoje é muito diferente da de 15 anos atrás."

Na feira de arte contemporânea Art Stage Singapore, em janeiro, os artistas indonésios mais intrigantes estavam destacados em um pavilhão especial, com 36 participantes.

Os artistas Arin Dwihartanto Sunaryo e Reza Afisina serão apresentados em "Sem País: Arte Contemporânea do Sul e Sudeste da Ásia", no Museu Guggenheim, em Nova York, até 22 de maio.

O pavilhão da Indonésia na Bienal de Veneza, neste ano, dará destaque a cinco artistas do país.

A mistura de culturas da Indonésia revelou-se uma estufa para artistas. Ela tem mais de 1.700 ilhas, cerca de 300 línguas e uma combinação religiosa de islamismo, hinduísmo, budismo e cristianismo.

"Veja a nossa geografia e história", disse Heri Dono, um dos artistas contemporâneos mais influentes do país. "A Indonésia é um ponto de encontro de culturas e reinos, com influências do sânscrito da Índia ao árabe, chinês, latim e holandês."

Sob o regime Suharto, dos anos 1960 até os 1990, a arte e a participação política foram suprimidas. No entanto, a arte sempre teve um forte papel no país -desde as históricas técnicas de talha em Bali ao trabalho de artistas europeus expatriados na década de 1930, que ajudaram a alimentar o movimento modernista na Indonésia. Depois da independência, em 1945, o primeiro presidente do país, Sukarno, que admirava a arte, fundou escolas em Bandung e Yogyakarta, também conhecida como Jogja ou Yogya.

Como a infraestrutura de museus e galerias comerciais em Jacarta é deficitária, os colecionadores preencheram o vácuo. Há poucos espaços de galeria não comerciais. A Galeria Nacional da Indonésia cuida de apenas 10% de suas exposições. No tempo restante, o espaço é alugado para artistas e galerias comerciais.

Embora Jacarta tenha o maior número de colecionadores de arte, de galerias e de casas de leilão da Indonésia, poucos artistas de renome internacional trabalham lá.

FX Harsono é o fundador do influente grupo dos anos 1970 Novo Movimento Artístico, também conhecido como Gerakan Seni Rupa Baru, que leva o crédito por ter introduzido no país as práticas de arte contemporânea.

Ele e Windi Salomo criaram em 2010 o Dia.lo.gue Artspace, uma instituição não comercial, para promover artistas sediados em Jacarta.

No ano passado, eles abriram a EXIT, exibindo alguns dos nomes promissores da capital.

Ade Darmawan, diretor da iniciativa artística Ruangrupa, disse que a ausência de artistas de Jacarta deve-se às fortes academias de arte em Bandung e em Yogya e ao custo dos espaços de ateliês na capital.

"Aqui é muito caro", disse Darmawan. "É por isso que muitos artistas de Jacarta estão fazendo trabalho em vídeo e computador. Esse é o nosso ateliê."


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