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New York Times

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Tornando as próximas atrações cinematográficas atraentes

Por TAFFY BRODESSER-AKNER

Eles revelam muito. Eles não revelam o suficiente. São manipuladores. São melhores do que o filme que eles estão divulgando e do que o filme prestes a começar.

A desconfiança dos espectadores em relação aos trailers torna-se mais acentuada durante a temporada de premiações, quando os concorrentes são em geral filmes sobre temas que as plateias prefeririam ignorar. Isso obriga os estúdios a tomarem decisões delicadas a respeito do que incluir ou omitir nos trailers.

É o caso de "O Voo". De certa forma, o trailer descreve o filme corretamente, mostrando um piloto profundamente afetado por um acidente. Mas ficou de fora a informação de que o filme é um drama sobre dependência.

Já "O Impossível" revela de cara que a família protagonista, de férias no Sudeste Asiático durante o tsunami de 2004, sobrevive. O estúdio encomendou vários trailers, disse Nancy Kirkpatrick, presidente de marketing mundial da Summit Entertainment.

"Experimentamos versões em que você não tinha certeza de que a família ficava junta", disse ela. "Aquilo me deixava nervosa. Também distraía o foco sobre aquilo que o filme realmente trata."

O trailer de "Ferrugem e Osso" é cuidadoso ao revelar o drama da personagem, uma adestradora de baleias que tem as pernas amputadas após um acidente.

Primeiro há um plano das pernas dela, depois o acidente, a vítima gritando, uma imagem dela numa cadeira de rodas e uma rápida cena em que ela é levada para nadar no mar, com os cotos das pernas bem visíveis.

As pernas da adestradora não eram o tema do filme, argumentou Tom Bernard, copresidente da Sony Pictures Classics.

"É um filme sobre a autoestima de uma mulher e como ela a recupera. Mas, como a trama continha esses temas, achamos melhor preparar a plateia. A gente quer que as pessoas tenham a atitude correta ao ir [ver o filme]. Poderíamos ter montado um trailer que fizesse 'Ferrugem e Osso' parecer um grande filme de ação. Teria sido um desastre."

Quando o executivo de marketing Lary Baldauf, da Fox Searchlight, supervisionou a produção do trailer de "Os Descendentes" (2011), drama indicado ao Oscar de melhor filme, com George Clooney no papel de Matt King, o chefe de uma família do Havaí, ele decidiu omitir qualquer imagem da mulher de Matt, que passa a maior parte do filme sobrevivendo por aparelhos.

"É só na superfície uma história sobre a mulher de Matt King em coma", disse ele, acrescentando que a ideia de um filme "triste" poderia afastar espectadores.

Baldauf disse que cabe ao espectador, depois de ver o trailer, investigar mais sobre o filme. "Os trailers dançam em um ritmo diferente dos filmes", afirmou.

O primeiro dever de um trailer não é alertar ou mesmo vender. "A responsabilidade de um trailer é mostrar o núcleo emocional da trama", disse Kirkpatrick. "O trabalho de um trailer é, em dois minutos e meio, dar a sensação do filme."


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