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Fernando Rodrigues

Como fazer uma bomba

BRASÍLIA - Ao assistir ao noticiário sobre os atentados em Boston, digitei ontem a expressão "como fazer uma bomba" no Google. O algoritmo do site de buscas me devolveu "aproximadamente 11.500.000 resultados" em menos de meio segundo. O desempenho varia conforme a configuração do buscador.

Nesta semana, uma bomba explodiu em local próximo ao hotel Lenox, na esquina das ruas Exeter e Boylston, em Boston. Já me hospedei ali. Ambiente mais pacífico, impossível. Mas não é imune a um explosivo instalado por alguma mente doentia. É assim em qualquer cidade.

A tecnologia tornou fácil e barato fabricar bombas. A sofisticação postiça e inatingível de filmes de 007 ficou no passado. Compram-se sem obstáculos produtos químicos e explosivos pela internet. Uma panela de pressão sai por menos de R$ 100. Com outros R$ 50 é possível ter um temporizador --desses usados para apagar e acender uma lâmpada.

Se o interessado for um pouco mais sofisticado, pode adquirir dois celulares pré-pagos de maneira anônima. Usa um para conectar à bomba. O outro vai no bolso para fazer a ligação fatal e detonar o explosivo.

Está perto do inexequível garantir segurança total em um evento de massa. O policiamento de rua em grandes cidades nos EUA é intenso para concentrações como a maratona de Boston. Mas não há como impedir bombas e mortes, inclusive a de uma criança de oito anos que esperava pelo pai no local.

Já há expertise para proteger autoridades. Trajetos são estudados. Atiradores de elite ficam em pontos estratégicos. Esses procedimentos são insuficientes para multidões. Na Copa do Mundo, os estádios podem ficar livres de bombas. Só que sobram estacionamentos, ruas, metrôs. Se um maluco quiser, matará inocentes.

As bombas em Boston mostram uma face sombria da civilização na era da tecnologia barata e acessível a todos. É triste e incontrolável.


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