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Opinião

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Usina de problemas

A usina nuclear de Fukushima, no Japão, voltou a ser objeto de preocupação nas últimas semanas, após o vazamento de 300 toneladas de água com altíssimos níveis de radiação. Trata-se do mais grave acidente desde o desastre de março de 2011, provocado por um terremoto, seguido de um tsunami.

O episódio levou mais transtornos à região --a indústria pesqueira, principal afetada, está paralisada por tempo indeterminado. Além disso, o governo japonês assumiu o controle da água contaminada --até então nas mãos da Tepco, responsável pela usina-- e anunciou novas medidas de contenção, a um custo de US$ 470 milhões.

Tais desdobramentos recentes somam-se aos prejuízos que já vinham sendo contabilizados. Por precaução e sob pressão da opinião pública, só 1 dos 50 reatores do país está em funcionamento, gerando gasto anual extra de US$ 30 bilhões, para importar petróleo e gás. Cerca de 83 mil pessoas tiveram de deixar suas casas nos arredores da usina.

Não se limitam ao Japão os efeitos do desastre. Ocorrem, em todo o mundo, revisões sobre planos envolvendo energia nuclear.

No Brasil, por exemplo, a data da entrada em operação da usina Angra 3 passou de 2016 para 2018 --segundo a Eletronuclear (estatal subsidiária da Eletrobras), a fim de aumentar a segurança.

Sendo esse o motivo, trata-se de protelamento mais que razoável. Não se pode ignorar, porém, que o setor tem sido negligenciado no país, o que é um erro. As duas usinas de que o Brasil dispõe (Angra 1 e Angra 2) respondem hoje por cerca de 2% da eletricidade produzida, mas o potencial é bem maior.

É o acúmulo de indefinições que mina a credibilidade do programa brasileiro. Os resíduos radioativos das duas usinas, por exemplo, ainda são depositados em repositórios temporários, um problema de médio prazo. Também a discussão a respeito de uma agência reguladora autônoma está travada.

São compreensíveis os temores que a energia nuclear desperta. Essa alternativa tecnológica, porém, pode ser necessária no futuro para aumentar a produção elétrica nacional. É importante manter tal opção na matriz energética brasileira --o que requer projetos novos e seguros, com soluções definitivas para os resíduos radioativos.


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