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José Luiz Egydio Setúbal

TENDÊNCIAS/DEBATES

Dívidas afetam o atendimento da Santa Casa?

sim

A situação é crítica

Na próxima quarta-feira, 16, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo elegerá a mesa administrativa para o período de 2014 a 2017.

Historicamente, o cargo de provedor tem sido ocupado sem uma avaliação de alternativas para a liderança da instituição. Neste ano, um grupo profundamente comprometido com o futuro da Santa Casa lançou minha candidatura.

Participo há seis anos da atual mesa administrativa e estou pessoalmente ligado à instituição desde 1976, quando entrei na 14ª turma da Faculdade de Ciências Médicas. Além disso, a vinculação da minha família é muito mais antiga: vários de meus ancestrais atuaram como provedores ou membros da irmandade há pelo menos 200 anos.

Infelizmente, neste período na mesa administrativa, temos observado, ano após ano, volumosos déficits nas demonstrações contábeis, que se transformam em dívidas cada vez maiores e mais críticas. Esses números indicam que o caminho da atual gestão está equivocado e que novos conceitos são necessários.

A análise dos balanços, utilizando-se os dados publicados no "Diário Oficial do Município de São Paulo" de 2006 a 2012, evidencia que, antes de 2008, quando teve início a atual gestão, as receitas eram ligeiramente superiores às despesas. A partir de 2008 até 2012, as despesas superam bastante as receitas. Ao mesmo tempo, a dívida bancária salta de R$ 70 milhões para quase R$ 350 milhões e o patrimônio líquido fica pouco abaixo de R$ 50 milhões.

A situação é crítica. Os números negativos nos mostram que é preciso mudar. Faz-se necessária uma governança mais moderna, que articule assistência médica, pesquisa e ensino. Minha candidatura, fortalecida por um grupo de gestores qualificados, está apta a seguir essa via diferente de gestão, que irá devolver à Santa Casa os resultados financeiros positivos e sua consequente capacidade de prestar os melhores serviços.

A saúde financeira é a base de qualquer organização que queira se sustentar e cumprir sua missão. Nesse sentido, indústrias, bancos e hospitais filantrópicos, como é o caso da Santa Casa, são exatamente a mesma coisa. Sabemos que não há lucro na filantropia, mas que também somente o dinheiro paga os tratamentos, nos possibilita atender mais pacientes com a melhor qualidade possível e garantir a sustentabilidade da instituição. Assim, o que propomos é a otimização dos resultados. Desperdício ou má gestão na área da saúde é sinônimo de perda de vidas.

Para isso, contaremos com uma importante consultoria internacional, que irá nos apoiar no diagnóstico, planejamento e implantação de uma administração profissional. Estratégias como essa já ocorreram com êxito, conforme vemos na Santa Casa de Porto Alegre, liderada pelo empresário gaúcho Jorge Gerdau.

Propomos um desenho de governança com a definição dos papéis do provedor, da mesa administrativa e da irmandade, além da criação de cinco comitês de assessoria (administrativo-financeiro; jurídico; comunicação e captação; médico e das faculdades; e patrimonial). Também criaremos um conselho fiscal independente para inspecionar a administração.

Acreditamos na transparência de informações aos membros da mesa administrativa e da irmandade e na implantação de um sistema meritocrático e sem nepotismo.

A saúde é o item mais importante para a família brasileira. Precisamos sonhar, mas antes de tudo mostrar a capacidade de realizar. É com esse compromisso, qualificação e determinação que pretendo reerguer a Santa Casa de São Paulo.


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