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Opinião

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Ruy Martins Altenfelder Silva e Luiz Gonzaga Bertelli

TENDÊNCIAS/DEBATES

Ciee, 49

Além de apoiar os jovens na busca por vagas no mercado de trabalho, é preciso ajudá-los a compensar as crescentes deficiências do ensino no país

A um ano da comemoração de meio século de atividades voltadas à inserção profissional e cidadã do jovem, o Ciee inicia um profundo mergulho em seu passado. Tanto para avaliar, com a peneira fina do tempo, a efetividade dos resultados quanto para planejar seus rumos.

O Ciee foi fundado por um grupo de empresários e educadores com o objetivo de superar o fosso entre a formação acadêmica e a realidade do mercado de trabalho. Inspirados em exemplos de países desenvolvidos, elegeram o estágio como a modalidade mais eficaz para complementar, com a prática em ambiente real de trabalho, a formação eminentemente teórica dos estudantes.

Ao longo desses 49 anos, o estágio conquistou a adesão maciça das escolas e das empresas e órgãos públicos, que hoje enriquecem o balanço histórico do Ciee com os expressivos números: 28 mil instituições de ensino conveniadas e 250 mil parceiros na oferta de vagas.

Nesse meio século, a riqueza do país se multiplicou, mas também persistiu a desigualdade da distribuição de renda e do acesso à educação. O Ciee acompanhou -e continuará acompanhando -as duas curvas, com a visão de uma organização presente em todos os Estados, com 350 pontos de atendimento e 1,2 milhão de jovens cadastrados.

Consciente de seu papel como referência entre as entidades de assistência social de filantropia, o Ciee, há mais de duas décadas, vem reforçando seu lado escola, buscando compensar as crescentes deficiências do ensino brasileiro, que penalizam especialmente os jovens de famílias menos favorecidas.

Há ainda outra preocupação: na faixa dos 15 aos 17 anos, 15% dos jovens não estudam e 97% não trabalham. Sem preparo, qual será o seu destino? Provavelmente, boa parte engrossará o contingente de excluídos e marginalizados.

Foi esse cenário que, há dez anos, levou o Ciee a aderir à causa da aprendizagem, que visa dar formação social e profissional a jovens de 14 a 24 anos, ministrada em 1,4 mil salas que mantém em todo o país, além de desenvolver um programa para incluir pessoas com deficiência.

O Ciee oferece ainda um programa de alfabetização e suplência de adultos, que já beneficiou mais de 50 mil alunos, e cursinho gratuito para o vestibular a 500 estudantes da periferia de São Paulo, em parceria com entidades locais, além de promover uma campanha nacional de prevenção ao uso de drogas.

No futuro, o Ciee continuará a ser o grande parceiro dos futuros profissionais no desafio de ingressar num mercado de trabalho exigente, para o qual não foram adequadamente preparados pela escola e, em muitos casos, nem pela família.

No Ciee, estudante e família encontram gratuitamente todo o apoio para a inclusão profissional. São dezenas de cursos, formatados para estimular competências e habilidades essenciais para a conquista e ótimo aproveitamento de oportunidades de estágio e aprendizagem. Todas remuneradas, permitindo que milhares deles custeiem seus estudos e auxiliem no orçamento doméstico sem ter de sair da escola.

Além disso, integram a programação um alentado calendário de eventos culturais e artísticos, iniciativas de voluntariado, encontros de pais e alunos da aprendizagem, prêmios para estimular o gosto pela leitura e a escrita etc.

Por essas e muitas outras razões, o Ciee adotou como lema a sábia disposição do artigo 203 da Constituição ao incluir entre os objetivos da assistência social a promoção da integração ao mercado de trabalho. Para tanto, continuará apostando na força da educação e do trabalho como os melhores caminhos para um futuro próspero e sustentável para mais e mais brasileiros.


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