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Falta um Palocci ao governo, diz deputado

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal opositor da MP dos Portos, afirma que articulação política é feita de forma 'ruim'

Para parlamentar, articuladores não têm 'jogo de cintura' do ex-ministro, que deixou o governo após suspeitas

DE BRASÍLIA

Apontado pelo governo como principal opositor da medida que define novas regras para o setor portuário, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), criticou duramente a articulação política do Planalto e afirmou que o embate deixará sequelas.

"Houve uma marcação [de posição] mútua. Mas não adianta uma vitória de um dia, se a gente tem o dia a dia para conviver", disse o deputado, lembrando que outros assuntos de interesse do governo, como o novo marco regulatório para o setor de mineração, terão que passar pelo Congresso.

Para o deputado, que fez as críticas antes de o governo atender a uma de suas reivindicações, falta à articulação política do governo --conduzida pelas ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil)-- "jogo de cintura" para evitar uma escalada na tensão com deputados e senadores da base aliada.

"A articulação está sendo feita de uma forma um pouco ruim. Faltam pessoas com perfil como o [Antonio] Palocci no comando, que tenha um pouco de jogo de cintura na construção política", afirmou Cunha, citando o ex-titular da Casa Civil, que deixou o cargo após revelação, pela Folha, de que havia multiplicado seu patrimônio pessoal por 20 em apenas quatro anos.

DESCONFIANÇA

Apesar de ter fechado um acordo com o vice-presidente Michel Temer e ministros do governo para alterar alguns trechos do texto da Medida Provisória dos Portos, as mudanças acabaram sendo derrubadas durante a votação de anteontem na Câmara. Depois o governo voltou atrás e acabou atendendo a um pedido de Cunha.

O líder do PMDB tem sido um dos protagonistas na polêmica sobre a MP dos Portos. Autor de emendas que, na visão do Planalto, desfigurariam o texto original, ele é acusado pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) de defender interesses empresariais que transformariam a medida na "MP dos porcos".

Para o líder do PR, as alterações propostas por Cunha teriam como foco principal a defesa de interesses da empresa Santos Brasil, maior operadora de contêineres do país, que tem como um dos sócios o banqueiro Daniel Dantas, que nega ter relações com o líder do PMDB.

Cunha criticou ainda uma suposta atitude do governo desmerecer o PMDB. "Tem que acabar esse conceito maniqueísta, de que tudo o que o governo propõe é para o bem do Brasil, enquanto tudo o que o PMDB propõe é para o pior do Brasil."


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