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Índios invadem novamente fazenda em MS

Anteontem, o líder terena Oziel Gabriel foi morto por um tiro durante ação policial de reintegração de posse

Preterida por Dilma em reunião sobre conflitos, Funai critica a forma com que a reintegração de posse foi realizada

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE CURITIBA

Um dia após serem retirados numa ação policial que deixou um índio morto, índios terena voltaram a invadir ontem a fazenda Buriti, em Sidrolândia (MS), a 72 km de Campo Grande.

O grupo acampava próximo à sede, na região do confronto de anteontem, que se deu durante cumprimento de ordem de reintegração de posse pelas polícias Federal e Militar. O índio Oziel Gabriel, 35, foi baleado no abdome e morreu no hospital.

A fazenda Buriti está em área declarada (mais ainda não homologada) terra indígena e é disputada na Justiça por índios e fazendeiros.

"O assassinato gerou comoção muito grande na comunidade. Os indígenas se uniram e estão determinados a continuar sua luta", diz o coordenador do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) no Estado, Flávio Machado.

Ainda ontem, outro grupo de índios terena invadiu uma fazenda na região de Aquidauana (a 139 km de Campo Grande). Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), a área passou por estudos de identificação e está sob análise do Ministério da Justiça.

Na fazenda Buriti, segundo Jorge das Neves, da Funai, cerca de cem pessoas participam da invasão. O clima na região é tenso, mas não há presença policial --PF e PM dizem que só podem agir mediante nova ordem judicial.

O produtor rural que reivindica a posse da fazenda, o ex-deputado estadual Ricardo Bacha (PSDB), disse que por ora não irá acionar a Justiça para retomar a área.

"Não tenho mais que ficar mexendo com isso, porque está demonstrado o vácuo de autoridade no Brasil", disse.

O corpo de Gabriel, que era um dos líderes terena na região, foi sepultado ontem. A Funai e o Ministério Público Federal vão pedir que o corpo passe, mais tarde, por nova perícia, para garantir a coleta de provas.

Esta foi a segunda morte de índio em conflito com a PF no governo Dilma Rousseff, que enfrenta pressões de ruralistas para reduzir as atribuições da Funai nas demarcações de áreas indígenas e encaminhar as consultas aos ministérios da Agricultura (e Embrapa, a ele vinculada) e do Desenvolvimento Agrário.

Ontem, Dilma convocou reunião no Palácio da Alvorada para discutir conflitos indígenas --a Embrapa, não a Funai, foi chamada, segundo a Agência Brasil.

Ainda ontem, a Funai divulgou nota em que lamenta a morte e afirma defender os índios. A nota critica a reintegração de posse, realizada antes que fosse julgado recurso da Funai.


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