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Só 150 deputados são fiéis ao governo, diz líder na Câmara

Chinaglia afirma que PMDB 'atrapalha às vezes, como qualquer partido da base'

Deputado do PT diz que a atuação de alguns ministros dificulta a aprovação de projetos e medidas provisórias

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), diz que, dos cerca de 400 deputados de siglas governistas, só cerca de 150 podem ser contados como realmente fiéis ao Palácio do Planalto.

Nesse cálculo estão apenas os congressistas de quatro partidos que têm "identidade ideológica, política, com o governo", disse Chinaglia em entrevista à Folha e ao UOL.

São legendas "de esquerda e centro-esquerda": PT, PSB, PDT e PC do B. A identificação delas com a administração de Dilma se dá "do ponto de vista histórico, do ponto de vista de enfrentamento nas lutas sociais".

Os quatro partidos apontados por Chinaglia têm, juntos, 154 deputados. Somadas outras seis siglas que apoiaram a eleição de Dilma em 2010 e duas que se alinharam ao governo depois, o bloco chega a 401 cadeiras na Câmara.

A maioria vota com o governo, mas nem sempre. Um levantamento feito pela Folha no fim de 2011, primeiro ano do mandato de Dilma, indicou uma taxa de fidelidade de 87% na bancada governista, inferior à alcançada por seus antecessores no cargo.

Para Chinaglia, o PMDB, principal aliado do Palácio do Planalto, "ajuda" e "atrapalha às vezes, como qualquer partido da base".

Apesar de contar com ampla maioria no Congresso, o governo Dilma sofreu derrotas nas votações do Código Florestal e na lei sobre os royalties do petróleo.

Mesmo quando colhe vitórias, ocorrem desgastes. Foi o caso da votação em maio da medida provisória que trazia novas regras para modernizar os portos do país.

Chinaglia enxerga dois motivos que dificultam a articulação política do Planalto. Primeiro, o tamanho diminuto do núcleo duro de apoio (os 150 deputados fiéis). Em segundo lugar, diz, a atuação de alguns ministros prejudica na hora de negociar uma medida provisória ou projeto de lei com congressistas.

"Eu tenho experiência de líder de governo também da época do presidente Lula. Muitas vezes eu fazia a reunião na liderança do governo. Agora, há uma resistência. Não quero dar nome de um ou outro ministério. Mas já falei para a presidente. Ela já deu essa ordem [para que os ministros se relacionem mais com os congressistas]."

Apesar de ser o representante do Planalto, Chinaglia revela não ter uma rotina de reuniões regulares com Dilma. "Não quero incomodá-la. Não é autossuficiência, mas acho que é um método."

A proposta de emenda que cria o "orçamento impositivo" (liberação compulsória de dinheiro de emendas ao Orçamento feitas por congressistas) é uma avalanche: "Tem ampla maioria na Câmara para aprovar. Está praticamente perdida a batalha na Câmara. Pode ser que no Senado isso não passe."


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