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Procurador-geral afirma crer em desfecho rápido de julgamento
Para Roberto Gurgel, previsão de demora de 2 anos é equivocada
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse esperar que o processo do mensalão seja concluído "no menor prazo possível" e que esteja errada a previsão do ministro José Antonio Dias Toffoli de que o caso pode durar até dois anos.
"Eu espero que eu esteja certo e que o ministro Toffoli esteja equivocado. Quando a Justiça tarda, na verdade, a Justiça não age", disse.
Em entrevista publicada anteontem na Folha, Toffoli estimou que o julgamento do mensalão vai demorar ainda de um a dois anos para ser concluído.
Só então serão executadas as penas, segundo ele. Até lá, os réus devem permanecer em liberdade, inclusive os quatro deputados que hoje exercem mandato.
O STF concluiu em dezembro o julgamento do mensalão condenando 25 dos réus. A fase atual é de análise da primeira leva de recursos.
Toffoli calcula que o julgamento dos chamados embargos de declaração (recursos que contestam possíveis inconsistências na sentença) deve começar no segundo semestre e se estender até a metade do ano que vem.
Depois será a vez dos embargos infringentes, caso seja admitida a sua análise (há quem defenda que eles são inconstitucionais).
Gurgel também disse que a decisão de dispensar Deborah Duprat do cargo de vice-procuradora-geral está relacionada com o episódio da semana passada, quando ela, no plenário do STF, contrariou seu parecer quanto ao projeto de lei que inibe a criação de partidos.
Para Gurgel, a divergência mostrou falta de sintonia. "O relacionamento institucional entre o procurador-geral da República e o vice pressupõe, e eu diria que até impõe, uma sintonia de conduta que aquele episódio evidenciou que já não era suficiente", disse.