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País em protesto

Após dois dias foragido, deputado é preso

Condenado pelo STF, Natan Donadon é o primeiro congressista em mandato a ir para a cadeia desde a redemocratização

Peemedebista se entrega à PF em ponto de ônibus de Brasília e segue para ala especial do presídio da Papuda

FERNANDO MELLO MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA

Em frente a um ponto de ônibus e longe da superintendência da Polícia Federal, o deputado Natan Donadon (PMDB-RO) se entregou ontem após passar quase dois dias desaparecido.

O local foi uma exigência da defesa que negociou com a Polícia Federal os termos da prisão para evitar a exposição de Donadon.

Condenado a 13 anos e 4 meses de prisão por formação de quadrilha e desvio de dinheiro público pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Donadon é o primeiro parlamentar preso no exercício do mandato desde a ditadura.

A cena inusitada, com o deputado assinando o mandado de prisão na rua, ocorreu em Brasília. Ele se entregou na presença do superintendente da PF no Distrito Federal, Marcelo Mosele, e outros agentes policiais federais. O parlamentar passou por exames e foi transferido para o presídio da Papuda.

Por ter mandato, Donadon ficará em uma ala do presídio destinado a presos pela PF, sob guarda de agentes da polícia e terá que cumprir um sexto da pena em regime fechado. Ele será notificado na segunda do processo de perda de mandato na Câmara.

Donadon foi condenado em 2010, quando o tribunal entendeu que ficou comprovada sua participação em esquema na Assembleia de Rondônia. Segundo as investigações, ele desviou R$ 8,4 milhões por meio de simulação de contratos de publicidade.

Na quarta, os ministros do STF entenderam que não cabiam mais recursos contra a condenação e determinaram a prisão imediata.

Desde então a PF tentou localizar o parlamentar e negociou a entrega com os advogados. Ele chegou a pedir um tempo para organizar a vida e marcou de se entregar até o início da tarde de quinta-feira, mas não apareceu.

A principal linha de investigação da PF é a de que o deputado antes de se render se escondeu na própria Câmara. Um carro foi estacionado na vaga destinada ao gabinete do deputado e um colchonete foi retirado de dentro, o que levou os agentes a suspeitarem de que serviria para o político dormir.

A Câmara informou à Folha que "não está confirmada a informação" de que Donadon dormiu na Casa. Aconselhado pela defesa, Donadon fechou um acordo para se entregar de forma espontânea.

As tratativas foram feitas pelo advogado Nabor Bulhões, que assumiu o caso em 2010. Bulhões negociou com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e com o diretor-geral da PF, Leandro Daiello.

Ontem, depois de passar por exames, Donadon foi levado à Vara de Execuções Criminais do DF, para que o juiz determinasse para qual presídio seria encaminhado. Ele foi acompanhado de Marcelo Mosele, o superintendente da PF no DF, de agentes e chefes da inteligência da Justiça.

A defesa ainda estuda, mas deve pedir ao STF um recurso chamado de revisão criminal, que pode ser proposto contra decisões já efetivadas.


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