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Racha entre aliados ameaça pacote de Dilma contra crise

Congresso já barrou 2 dos 5 pactos propostos pelo Planalto em resposta às ruas

Após derrota em votação de mais verba para educação e saúde, líderes do governo falam em retaliação

DE BRASÍLIA

A divisão na base de apoio do governo no Congresso, a percepção de que aliados são "atropelados" pelo Executivo e as críticas crescentes à articulação política do Planalto viraram ameaça às cinco prioridades de Dilma Rousseff anunciadas em resposta às manifestações de rua.

A presidente já viu governistas barrarem dois dos "cinco pactos em favor do Brasil" divulgados no mês passado: o plebiscito sobre a reforma política com efeito nas eleições de 2014 e a destinação de 100% dos royalties de petróleo para educação.

Outra medida que dependerá do Congresso e corre risco de ser alterada é o programa Mais Médicos, que prevê a importação de profissionais. Dilma também pediu responsabilidade fiscal, mas vários projetos com impacto nas contas públicas tramitam no Congresso.

O desgaste na bancada governista ficou evidenciado na Câmara anteontem na discussão do projeto que destina recursos das receitas de petróleo para educação e saúde.

Originalmente, o Executivo enviou ao Congresso proposta de 100% dos royalties para educação. Os deputados mudaram o texto e fixaram em 75% para educação e 25% para saúde. O Planalto insistiu nos 100%, sem sucesso.

Há também divergência em relação à origem do dinheiro, se do capital ou do rendimento do Fundo Social --espécie de poupança da exploração do petróleo para a educação. A base defende a primeira tese e o governo, a segunda.

Ao prever a derrota do texto defendido pelo Planalto, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), usou a tribuna e ameaçou aliados. Citou até a distribuição de cargos entre PSD, PSB e PDT.

Juntas, essas siglas contam com 99 parlamentares.

REDIMENSIONAMENTO

O petista chegou a questionar o tamanho da base. "Quero discutir quem é base, quem tem cargos no governo, quero discutir isso com toda nitidez política." Hoje compõem a base dez principais partidos (PT, PMDB, PSD, PR, PP, PSB, PDT, PTB, PSC, PC do B), com mais de 400 deputados.

Ontem, Guimarães sugeriu "repaginar" a base. "Algumas cordas quebraram. Temos que trocar as cordas, recompor com outras, para ver se a gente acerta o passo."

Líderes afirmam que a queda de popularidade da presidente potencializou a crise. "Aliado não tem que dizer amém em tudo", disse Beto Albuquerque (PSB-RS).

Peemedebistas não descartam usar a derrubada de vetos, com potencial de estrago nas contas públicas, para pressionar o governo. Apesar do acordo para votação de novos vetos, os antigos continuam na fila.

"Esses vetos não morreram, estão apenas na CTI. De repente, ganham balão de oxigênio e sobrevivem", disse o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).

O racha na base ameaça o recesso parlamentar, que começaria dia 18. Governistas não querem votar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) como retaliação ao Planalto.

"Tentei votar, mas a falta de acordo que não tem relação nenhuma com a Comissão de Orçamento vai impedir que o Congresso entre em recesso", afirmou o senador Lobão Filho (PMDB-MA), presidente da comissão.


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