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Análise

Derrota no Legislativo já estava precificada no plano do governo para deixar imobilismo

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

O que interessava a Dilma no mês passado era sair do imobilismo e ganhar algum protagonismo em meio aos protestos de rua. Ela sabia que teria dificuldades para aprovar no Congresso as medidas relacionadas aos cinco pactos que propôs em 24 de junho.

Só que essa eventual derrota era dada como secundária e já estava precificada no cálculo da estratégia política.

Se tudo desse certo, o sucesso era de Dilma, autora das propostas. Se desse errado, a culpa é dos deputados e dos senadores, insensíveis para a nova realidade do país.

Na interpretação do governo, foram vitoriosas as ações empreendidas por Dilma em resposta à demanda das ruas.

A presidente é a política que mais apareceu no noticiário nacional fazendo propostas. Nenhum governador ou congressista chegou perto do número de aparições da petista nos telejornais no horário nobre nas últimas semanas.

Apesar de também enfrentar situações constrangedoras --como a vaia que tomou de prefeitos anteontem--, Dilma sempre surge explicando novos projetos que supostamente vão melhorar o país.

Há um outro aspecto vital na operação: a presença do marketing aliado à política. Na segunda, Dilma anunciou o programa Mais Médicos. É impossível precisar quando os cidadãos terão esse benefício no interior do país, mas já no dia seguinte havia uma propaganda de 30 segundos nas TVs falando como se ele estivesse ao alcance da mão.

É uma receita clássica: 1) fazer promessas e ocupar espaços; 2) inundar as TVs com propagandas para reforçar a mensagem que atenda aos interesses de quem está no poder. A fórmula requer, porém, dois componentes ainda imponderáveis. Primeiro, melhora na economia e na sensação de bem-estar da população. Segundo, inépcia sem fim dos adversários políticos.

Com uma oposição abúlica a presidente sempre contou. Já a economia dá sinais incertos no momento.


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