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Análise - Jornada

Desafio de Francisco será falar à juventude

Papa encontra país em que jovens viram expectativa de vida cair e 1,9 milhão tiveram morte violenta em uma década

A SOCIEDADE DESCOBRIU QUE O MUNDO JUVENIL NÃO VIVE SÓ DE "HAPPY HOURS" --É TEMPO DE SOFRIMENTO PARA MUITOS

FERNANDO ALTEMEYER JUNIOR ESPECIAL PARA A FOLHA

A Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, não será um Woodstock católico, nem uma versão espiritual do Rock in Rio, mas um momento de profunda experiência espiritual da fé cristã. Um novo Pentecostes juvenil.

Serão cerca de 320 mil jovens peregrinos de 190 países a cantar, a rezar, a dialogar com o Cristo Redentor, acompanhados por 1.200 bispos católicos, representantes de um quarto do episcopado mundial, e milhares de sacerdotes e religiosas, usando sete línguas oficiais.

A Jornada acolherá o novo papa Francisco em seu primeiro evento internacional. E ele falará aos jovens, "esperança do mundo e da igreja", como dizia o papa João Paulo 2º (1920-2005).

Se João Paulo 2º falava ao coração das pessoas, e o papa emérito Bento 16 dirigia-se à razão, este papa argentino tem o desafio de tocar a pele de cada fiel.

A expectativa é que ocorram surpresas a cada dia e a cada encontro, com destaque para a via-sacra em Copacabana, sexta-feira. Será a "primeira encíclica vital" de Francisco, exposta mais em atos que em palavras.

Este será o momento ecumênico, de compromisso com a vida dos jovens e sua dignidade fundamental, bem como forma de confraternização e grito de esperança que toque aos governantes.

Um dos compromissos desse megaevento é ajudar a fazer surgir uma juventude ainda mais rebelde e promotora da paz, da justiça social e da solidariedade internacional.

Os desafios de organização são imensos. Os desafios reais da juventude são ainda maiores. A sociedade contemporânea descobriu que o mundo juvenil não vive só de "happy hours" --é tempo de sofrimento para muitos.

Os jovens querem viver e ser felizes. É preciso lembrar que, segundo dados do Ipea, 1,9 milhão de jovens brasileiros foram vítimas de morte violenta entre 1996 e 2010, com custo social de R$ 79 bilhões por ano ao Brasil, 1,5 % do PIB nacional. Este custo é superior ao orçamento somado das Secretarias de Segurança e de Justiça de todos os Estados brasileiros.

E tem mais: a expectativa de vida entre os jovens foi reduzida em 2,6 anos. Trabalhar pela vida dessa juventude, por seu protagonismo, são os frutos que se espera colher dessa Jornada.


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