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Alckmin diz querer ampla investigação

Instituições como a OAB e a Transparência Brasil terão acesso a dados de apuração da Corregedoria do Estado

Governador afirma que comissão terá 'liberdade total'; 31 contratos estão sendo examinados

DE SÃO PAULO

Com o discurso de que vai "às últimas consequências" para apurar suspeitas de que um cartel tenha agido por dez anos em São Paulo para fraudar licitações de metrô e trens, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) apresentou ontem uma comissão formada só por entidades civis para acompanhar o trabalho da Corregedoria do Estado.

O órgão estadual abriu uma apuração paralela à que corre na esfera federal, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informar que apurava desvios em concorrências do Estado.

Sem responder a perguntas dos jornalistas, Alckmin disse que o governo é o maior interessado em esclarecer o episódio. "Nós queremos toda a investigação: do Cade, da Polícia Federal, do Ministério Público Federal, do Ministério Público Estadual. Nós queremos toda a transparência, investigação e verdade. E suas consequências".

Segundo o corregedor do Estado, Gustavo Ungaro, 31 contratos estão sendo examinados. Essa documentação e os depoimentos colhidos pela corregedoria ficarão à disposição das entidades que compõem a comissão, como a OAB paulista e o Instituto Transparência Brasil.

Na apresentação do grupo, chamado Movimento Transparência, Alckmin foi questionado por entidades sobre o alcance que a comissão terá: "Liberdade total", disse.

Ungaro disse que a corregedoria já começou a colher depoimentos de pessoas e empresas. Questionado se estudava ouvir o ex-governador José Serra, citado em e-mails de um dos diretores da Siemens no Brasil, disse que "um ex-governador não está sujeito à corregedoria". A seguir, afirmou que "qualquer pessoa poderá ser ouvida".

Uma das entidades que integram a comissão, o Instituto Ethos, é financiada por duas empresas envolvidas no suposto esquema de fraude: a Siemens e a Alstom.

O vice-presidente do Ethos, Paulo Itacarambi, disse não haver conflito de interesses. "O Ethos tem 1.350 associados. Alstom e a Siemens fazem parte desse grupo. Divulgamos isso em nota ontem [anteontem] por iniciativa própria, sem que ninguém nos questionasse", afirmou.

Parte da verba que o Ethos recebe da Siemens vem de um acordo firmado em 2007 entre a multinacional alemã e o Banco Mundial, após o envolvimento de seus executivos em casos de suborno.

O acordo prevê que a Siemens invista num fundo anticorrupção. O Ethos é uma das 30 entidades que recebem recursos desse fundo. Alstom e Siemens contribuem com R$ 18 mil e R$ 14 mil ao ano, respectivamente. "Se não estiverem enfrentando o problema [da corrupção] para valer, podemos rever [a associação]", disse Itacarambi.

PT

Em reunião com o chefe do Ministério Público de São Paulo, Márcio Elias Rosa, a bancada do PT na Assembleia Legislativa pediu ao órgão que solicite a Justiça o afastamento do secretário estadual dos Transportes, Jurandir Fernandes, e de diretores do Metrô e da CPTM.

O PT argumenta que a permanência dos funcionários "pode dificultar as investigações e a obtenção de provas".


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