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Ex-presidente da Siemens nega corrupção

Executivo depõe a promotores e diz que auditoria interna não apontou irregularidades em contratos sob suspeita

Adilson Primo afirma que não conhecia detalhes de licitações investigadas agora por prática de cartel

FLÁVIO FERREIRA DE SÃO PAULO

O ex-presidente da empresa Siemens Adilson Primo negou participação em crimes de formação de cartel e corrupção, em depoimento prestado a promotores do Ministério Público de São Paulo.

Segundo a Folha apurou, Primo disse que contratos de consultoria da Siemens com empresas suspeitas de serem intermediárias de pagamento de propinas a agentes públicos passaram por auditoria interna e nenhuma ilegalidade foi constatada.

No depoimento, o ex-presidente da companhia também não apresentou informações sobre a suposta participação de outros funcionários da Siemens na formação de cartel ou em subornos.

Primo presidiu a Siemens no Brasil de 2001 a 2011 e foi demitido sob a suspeita de ter desviado cerca de € 6,5 milhões, segundo o jornal "Valor Econômico".

Em delação feita em maio ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a atual direção da Siemens relatou que executivos da empresa atuaram na constituição de cartéis em licitações de trens no Estado de São Paulo de 1998 a 2008, em conluio com outras empresas.

As informações prestadas pela Siemens levaram o Ministério Público a formar uma força-tarefa de investigação. O depoimento de ontem foi colhido por integrantes do Gaeco (grupo especializado no combate ao crime organizado) e da Promotoria do Patrimônio Público e Social.

Primo disse que como presidente não tinha conhecimento detalhado sobre todas as ações da companhia e não veio a saber sobre os supostos crimes delatados ao Cade.

Os promotores indagaram sobre duas empresas citadas em uma denúncia anônima feita em 2008 ao ombudsman da Siemens. As companhias teriam simulado contratos de consultoria com a Siemens e repassado propinas, segundo a mensagem anônima.

O ex-presidente afirmou que investigação interna da Siemens não apontou irregularidades nesses contratos.

A realização do testemunho não foi divulgada, mas após Primo ser visto nos corredores do Ministério Público o promotor César Dario da Silva confirmou a oitiva.

"O testemunho é sigiloso. Por isso posso apenas dizer que, por enquanto, ele [Primo] foi ouvido na condição de testemunha e colaborou bastante", disse Silva

A promotoria abriu ontem seis novos inquéritos sobre contratos da CPTM, após ouvir técnicos da companhia paulista de trens.


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