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Alves, presidente da Câmara, vota contra Dilma no Congresso

Bancada de deputados do PMDB fecha questão para derrubar veto presidencial sobre recursos para Estados e municípios

Além de peemedebistas, outros aliados, como PSB e PTB, votaram contra os interesses da presidente petista

BRENO COSTA DE BRASÍLIA RANIER BRAGON

Presidente da Câmara e uma das mais ativas vozes do PMDB no Congresso, Henrique Eduardo Alves (RN) votou ontem para derrubar um dos vetos presidenciais cuja rejeição mais preocupa a presidente Dilma e a equipe econômica do governo federal.

Trata-se do projeto que isenta Estados e municípios de perdas decorrentes de desonerações feitas pelo Planalto, medida que Dilma havia barrado sob o receio de impacto nas contas do governo.

A votação dos vetos presidenciais é secreta, mas a Folha presenciou o momento em que Alves preenchia a cédula de papel, por volta das 20h20, sentado na primeira fileira do plenário da Câmara --a sessão era comandada por Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.

Até a conclusão desta edição, a apuração dos votos preenchidos manualmente não havia sido concluída.

Henrique não esteve sozinho. Na verdade, simbolizou um movimento acompanhado por toda a bancada de deputados do PMDB, o maior aliado do PT no bloco de sustentação ao governo Dilma.

Questionado pela Folha, ainda no plenário, o presidente da Câmara admitiu ter votado pela derrubada do veto que mais preocupava o Palácio do Planalto. "Acompanhei o partido", afirmou.

Deputados tinham à sua disposição, no gabinete da liderança do PMDB na Câmara, cédulas prontas, já preenchidas, com as mesmas objeções que foram preenchidas diretamente por Alves.

Orientado por um assessor, Alves seguiu a mesma cartilha repassada a todos os outros 79 companheiros de partido na Câmara.

A relação entre o PMDB e a presidente tem passado por momentos de tensão.

Um dos resultados disso foi que o PMDB, que comanda Câmara e Senado, decidiu promover um cronograma mensal de análise dos vetos que a presidente da República faz aos projetos aprovados pelo Congresso, o que até então raramente ocorria.

Para que um veto caia, é preciso o voto de ao menos 257 dos 513 deputados e de 41 dos 81 senadores.

No mês que vem, o Congresso promete analisar outro veto que o governo pretende manter, o que mantém a multa de 10% paga pelos empregadores ao governo nas demissões. Nesse ponto, o governo conseguiu, ao menos, adiar a votação inicialmente marcada para ontem.

REUNIÃO

A orientação de votar contra o Planalto foi tomada em reunião da bancada de deputados do PMDB. No Senado, o partido diz ter votado a favor do governo --mantendo todos os vetos analisados na sessão de ontem.

Além da derrubada do veto que trata das finanças de Estados e municípios, a bancada do PMDB na Câmara foi orientada a votar pela rejeição dos vetos à desoneração de alguns dos itens alimentícios e de uso pessoal.

O único ponto em que a bancada foi liberada envolveu o veto a um ponto do projeto que regulamenta a atividade de medicina, o chamado "Ato Médico".

Além do PMDB, outros aliados votaram contra Dilma, como o PSB e o PTB.


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