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PF investiga conta atribuída a executivo demitido da Siemens

Apuração ocorre em inquérito criminal que analisa suposto pagamento de propina a agentes públicos

Múlti suspeita de desvio de? 6,5 milhões, mas Adilson Primo afirma que alemães movimentavam a conta

FLÁVIO FERREIRA MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

A Polícia Federal está investigando uma conta bancária em Luxemburgo cujo controle é atribuído ao executivo Adilson Primo, ex-presidente da empresa alemã Siemens no Brasil.

A apuração teve início no começo deste mês no inquérito criminal aberto pela PF sobre o suposto pagamento de propinas a agentes públicos e formação de cartel com a participação da Siemens.

Para obter os detalhes dessa conta, no início de agosto a PF pediu à 89ª Vara da Justiça do Trabalho de São Paulo o compartilhamento dos dados do processo que Primo move contra a Siemens --ele foi despedido por justa causa no final de 2011.

Nesta causa, um dos principais pontos da defesa da Siemens é o de que Primo movimentou uma conta no Biel (Banco Itaú Europa Luxemburgo) sob investigação por autoridades do Brasil e de Luxemburgo.

A multinacional suspeita que Primo tenha desviado da Siemens 6,5 milhões de euros por meio dessa conta.

Em entrevista publicada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Primo apresentou outra versão para o caso.

De acordo com ele, a conta foi aberta "por funcionários aqui no Brasil" sem o seu conhecimento. O executivo disse ainda que a conta em Luxemburgo era "operacionalizada pela Alemanha".

OUTRA VERSÃO

Em petição protocolada no processo pela Siemens em 5 de novembro de 2012, a empresa alega que "ele [Primo] tinha total conhecimento da existência daquela conta bancária desde 2007, participou do gerenciamento da conta e aprovou pagamentos para terceiros".

De acordo com a manifestação da Siemens no processo, Primo "era beneficiário titular da empresa Singel Canal Services CV.", que controlava a conta em Luxemburgo.

Segundo a petição, Primo argumentou no processo que "não sabia o que estava assinando e que assinou apenas após a assinatura de outros executivos da Siemens".

Para rebater esse argumento, a multinacional afirma duvidar que o executivo movimentasse a conta "sem saber o que fazia".

No processo trabalhista, Primo afirmou que a Siemens tinha conhecimento sobre as movimentações da conta em Luxemburgo.

Porém, na causa, a Siemens sustentou que só teve conhecimento sobre a movimentação que Primo fazia "ao ser intimada para comparecer em 13 de novembro de 2011 à Police Judiciaire de Luxemborg [Polícia Judiciária de Luxemburgo]".

Em relação à apuração da polícia de Luxemburgo, a empresa enfatizou que "as investigações que continuaram após a dispensa" do executivo "são aquelas conduzidas pelas autoridades de Luxemburgo, e não pela Siemens".

CADE

O inquérito da PF que agora tem como um de seus focos a conta em Luxemburgo teve início em 2008.

A apuração foi turbinada nos últimos meses com informações surgidas após a Siemens ter feito uma delação ao Cade, na qual informou sobre a formação de cartel em licitações de trens no Estado de São Paulo, governado pelo PSDB, no Distrito Federal entre 1998 e 2008.

A Folha procurou o advogado de Primo, mas o defensor não respondeu às ligações até a conclusão desta edição.


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