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Dilma defende Cabral de vaias em ato com apelo eleitoral no Rio
Presidente pediu 'comportamento civilizado' a plateia que criticava governador durante anúncio de obras
Rival do PT na disputa pelo governo do Estado é elogiado em palanque; petista volta a exaltar Mais Médicos
Alvo de vaias ontem em dois eventos dos quais participou ao lado da presidente Dilma Rousseff, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), contra-atacou no microfone e foi defendido pela aliada. Os dois chegaram a pedir "educação" aos que dirigiam apupos ao peemedebista.
Em São Gonçalo, Cabral recebeu sonora vaia, abafada por alguns aplausos, quando foi chamado a discursar. Ele participava de evento no qual Dilma anunciou investimento de R$ 2,57 bilhões na construção da linha 3 do metrô, que ligará a cidade a Niterói.
Irritado, Cabral responsabilizou o prefeito da cidade Neilton Mulim (PR), aliado de Anthony Garotinho (PR), rival político do governador.
"Mulim, esse seu pessoal podia aplaudir sempre, né?", disse Cabral ao microfone, após o prefeito ser aplaudido.
Após novas vaias, dessa vez dirigidas ao deputado Márcio Panisset (PDT), Cabral voltou a criticar. "Mais educação com o deputado. Neilton, treina mais a tua turma para ela ser mais educada."
E continou: "Aqui não tem diferença partidária. O prefeito Mulim é de um partido adversário que às vezes organiza manifestações contra [o governo estadual]. Mas em primeiro lugar está o povo de São Gonçalo", disse Cabral.
O governador voltou a ser alvo de vaias à tarde, no estaleiro Inhaúma, arrendado pela Petrobras para construção de plataformas.
A plateia era formada, em sua maioria, por funcionários da empresa estatal.
Cabral e o prefeito Eduardo Paes (PMDB) foram hostilizados mesmo antes de chegar, durante um teste de som no qual tiveram o nome mencionado. Já no palanque, após novas vaias, Dilma os defendeu.
"Eu vou pedir para vocês terem um comportamento civilizado, educado", disse a presidente.
PARCERIA
A petista elogiou Cabral e seu vice-governador, Luiz Fernando Pezão, escolhido pelo PMDB para tentar a sucessão no governo do Estado.
Chamou o vice de "parceiro estratégico" e elogiou iniciativas do Estado nos transportes públicos.
"Aqui vigora a mais moderna concepção de transporte coletivo urbano, que é a integração dos diferentes modais", afirmou.
O setor de transporte é o principal alvo das críticas do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo de Cabral. Farias, que é pré-candidato petista ao governo fluminense, não estava presente ao evento.
Dilma também defendeu a principal bandeira de seu governo no setor da saúde. Ela disse que o programa "Mais Médicos" vai beneficiar os municípios mais pobres.
Com atitudes que lembraram o ex-presidente Lula, Dilma falou por 28 minutos de improviso em São Gonçalo, citou áreas nobres do Rio para dizer que o governo federal privilegia regiões mais pobres e desceu do palanque para abraçar o público.
"Acho que o tipo do município que vai ser beneficiado por esse programa, está aqui. É São Gonçalo, Itaboraí, Nova Iguaçu... Vocês sabem onde falta médico? Em Ipanema, não falta, não, viu. Nem no Leblon. Agora, aqui falta", disse a petista.