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Sete são afastados por desvios no Fome Zero

Esquema simulava produção e entrega de alimentos pela Conab em três Estados, segundo investigação da PF

Petista que ocupa a direção do órgão foi mantido no cargo, apesar de ter sido indiciado por 3 crimes

DE BRASÍLIA

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) afastou ontem sete integrantes da cúpula do órgão no Paraná depois que a Polícia Federal deflagrou uma operação para conter desvios de um dos programas do Fome Zero.

Por ora, contudo, a Conab manteve no cargo o diretor de Política Agrícola e Informação Sílvio Porto. Filiado ao PT desde 1995, ele prestou depoimento na PF e foi indiciado na terça por pelo menos três crimes: estelionato, peculato e formação de quadrilha.

De acordo com a Conab, a PF investiga irregularidades no Programa de Aquisição de Alimentos --que é parte do Fome Zero e faz compra direta e doação simultânea para a agricultura familiar.

O órgão informou ainda que tem colaborado com a polícia desde 2011.

O delegado responsável pela investigação, Maurício Todeschini, diz que há despachos do petista autorizando pagamentos para um dos 15 municípios investigados mesmo com suspeitas de que havia irregularidades.

OPERAÇÃO

A operação Agro-Fantasma foi deflagrada ontem pela PF e mobilizou cerca de 200 policiais que cumprem 92 mandados no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Dos 92 mandados, 11 eram de prisão --foram todos cumpridos. A PF ainda prendeu mais três pessoas por porte ilegal de armas. Também foram cumpridos 37 mandados de busca, 37 de condução coercitiva e sete de afastamento cautelar do cargo.

Ainda não há estimativa do rombo que a quadrilha causou aos cofres públicos.

Depois de dois anos de investigação, a polícia identificou um grande esquema que desviou recursos de um dos programas do Fome Zero.

De acordo com o delegado, foi constatada a simulação de produção e entrega de alimentos feitas pela Conab em diferentes cidades.

"A Conab sabia das irregularidades e fazia relatórios falsos para continuar distribuindo dinheiro do programa", afirmou Todeschini.

A operação indiciou até o momento 58 pessoas por 11 crimes, entre os quais apropriação indébita, falsidade ideológica e estelionato.

As investigações começaram no Paraná, mas a polícia acredita que o esquema possa existir em outros Estados. "Não pegamos nem metade", afirma o delegado.

Por meio de nota, a Conab afirmou que Sílvio Porto "aguarda acesso ao processo para se posicionar".

O órgão também informou que adota desde 2012 recomendações da Controladoria-Geral da União para implementar e aprimorar "procedimentos operacionais e de controle gerencial do programa". A nota diz ainda que a Conab instituiu neste ano um "Plano Nacional de Fiscalização" para vistoriar o programa que agora está sob suspeita.


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