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Aliados criticam Marina e ampliam pressão

Articulador político da ex-senadora, Alfredo Sirkis afirma que ela falhou na liderança da organização da nova sigla

Congressistas com destino atrelado ao novo partido agora buscam outra legenda para manter mandato

DE BRASÍLIA

O veto da Justiça Eleitoral à Rede Sustentabilidade para as eleições de 2014 provocou ontem as primeiras baixas no grupo político da ex-senadora Marina Silva e a transformou em alvo de fogo amigo.

As críticas mais pesadas partiram do deputado federal Alfredo Sirkis, que deixou ontem o PV do Rio e decidirá hoje a qual partido se filiará. Ele está entre o PPS e o PSB.

Em seu blog, Sirkis fez duros ataques a Marina, afirmando que ela tem "limitações como todos", "às vezes falha como operadora política" e "reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes".

Um dos principais articuladores de Marina, o deputado disse ainda que era evidente que não havia chance de o TSE validar o partido porque faltavam assinaturas para cumprir as exigências legais.

O mal-estar entre os dois começou horas após o julgamento, quando Marina reuniu um grupo de 20 amigos para discutir seu futuro político, em um encontrou que durou mais de seis horas.

Segundo relatos, o deputado e Marina protagonizaram um bate-boca. Ao defender que Marina disputasse as eleições por outra legenda, ele disse que a Rede tem dificuldades para se consolidar porque é muito heterogênea.

Sirkis citou que na Rede há evangélicos conservadores, ex-petistas, verdes, gente de extrema esquerda e anarquistas. A fala irritou Marina. "Só porque sou evangélica sou de direita?", perguntou a ex-senadora, segundo relatos.

Ele subiu o tom dizendo que Marina pensou apenas em seu projeto pessoal, esquecendo dos correligionários, especialmente aqueles que têm mandato e cujo destino estava atrelado ao da Rede.

Em entrevista à Folha, o deputado disse que faltou habilidade política para Marina formar a Rede. Segundo ele, a saída do grupo do PV foi precipitada e a "nova política", principal bandeira da ex-senadora, "não existe".

"Acho importantíssimo ela se candidatar, mas não acho que a Terra vá parar de girar, o mundo não vai acabar se ela não for", disse.

Ontem, Marina evitou polemizar e disse que respeitava críticas e que eventuais desabafos ocorreram para aliviar as tensões. "Não sei a natureza do que está dito, mas cada um que saiu da reunião foi descarregar as tensões", afirmou a ex-senadora.

Outras reclamações surgiram do deputado Domingos Dutra (MA), que, sem a Rede, deixou o PT para embarcar no recém-criado Solidariedade.

"É um sentimento de frustação porque a gente se dedicou aí sete meses para legalizar a Rede. E a gente morre na praia", afirmou.

Apoiador da Rede, o deputado Miro Teixeira (RJ) saiu ontem do PDT e se filiou ao Pros, criado há pouco mais de uma semana. O deputado José Reguffe, que pensava em concorrer ao governo do Distrito Federal pela Rede, decidiu permanecer no PDT.

Walter Feldman, que saiu do PSDB um dia antes da análise do processo no TSE, continuou ao lado de Marina. Participou das reuniões e reforçou o discurso de que a estratégia da Rede foi correta.

"Tudo que vimos é o reconhecimento de que o processo de certificação da Justiça Eleitoral é falho. Nós avaliamos que o tempo foi suficiente. Faltou a maior parte do tribunal uma visão menos formalista da lei", disse. Apenas um dos sete ministros do TSE apoiou a criação da Rede.


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