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História mostra que vice forte não é garantia de vitória nas urnas

Dupla Marina-Campos será exceção se vingar, dizem especialistas

FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA

Ter um vice forte, com tradição e histórico de votos em eleições passadas, não é garantia de vitória. Ao longo das disputas realizadas nos últimos anos, as histórias de fracasso de chapas compostas por nomes já testados com sucesso nas urnas se repetem.

Em 1989, Waldir Pires deixou o cargo de governador da Bahia para ser vice de Ulysses Guimarães. A dupla peemedebista amargou um sétimo lugar nas primeiras eleições diretas com apenas 4,74% dos votos.

A dobradinha Lula e Leonel Brizola, que ficou em segundo lugar nas eleições de 1998, é o exemplo lembrado com mais frequência no mundo político de que o vice não transfere automaticamente suas intenções de voto ao titular da chapa.

Tal qual Lula, Brizola tinha a força dos dois últimos pleitos que havia disputado como cabeça de chapa. Além da trajetória política, ele acumulava no currículo o feito de ter sido governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.

Ainda assim, a dupla recebeu 31,71% dos votos válidos no primeiro turno, contra 53,06% de Fernando Henrique Cardoso e Marco Maciel.

"A transferência de votos é muito difícil entre o vice e o titular", afirma Carlos Ranulfo, professor da UFMG.

Na disputa presidencial de 1998, Ciro Gomes e Roberto Freire ficaram em terceiro. Nas eleições anteriores, Orestes Quércia e Íris Resende e Brizola e Darcy Ribeiro chegaram em quarto e quinto.

Regionalmente, dobradinhas com vices populares também nem sempre funcionam: Hélio Costa e Patrus Ananias perderam o governo de Minas Gerais em 2010, assim como Luiza Erundina e Michel Temer não levaram a prefeitura de São Paulo em 2004.

Há, contudo, contrapontos como Anthony Garotinho e Benedita da Silva, que venceram a eleição para o governo do Rio em 1998. "Só em casos excepcionais os vices têm peso para agregar votos diretamente", observa Fernando Abrúcio, professor da FGV.

Diante da recém firmada aliança entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, especialistas dizem que, se a dobradinha entre os dois vingar, ela pode até ser uma exceção ainda a ser comprovada no futuro.

Marina,que já foi candidata a presidente e por ora é encarada como vice de Campos, "agrega, mas também repele votos. Ela gera muita rejeição na elite, em especial na agrária", disse Marcus Figueiredo, do Iuperj.


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