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Interpol põe Pizzolato na lista de procurados

Consulado da Itália na capital do Paraguai afirma que ex-diretor do BB não solicitou passaporte italiano à representação

Procurador-geral já estuda um pedido de extradição; governo procura brechas em tratados internacionais

DO ENVIADO ESPECIAL A ROMA DE BRASÍLIA

A Interpol emitiu ontem um alerta vermelho com o nome do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato entre os procurados em 190 países. É o aviso máximo de busca em todo o mundo.

Em seu site, a Interpol informa que Pizzolato é procurado pelas autoridades brasileiras por estar condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. A polícia internacional diz que ele fala as línguas portuguesa e italiana.

Em 2012, o STF (Supremo Tribunal Federal) condenou Pizzolato a 12 anos e sete meses de prisão --pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato-- por ter autorizado o repasse de R$ 73,8 milhões do banco para o esquema do mensalão.

A prisão dele foi decretada na semana passada, mas no sábado ele anunciou que havia fugido para a Itália, onde também tem cidadania. As autoridades brasileiras acionaram então a Interpol para que ele seja localizado.

Pelo tratado de extradição entre Brasil e Itália, nenhum dos países é obrigado a enviar quem tem cidadania local, mas o governo que negar o pedido tem de avaliar a abertura de processo contra a pessoa, desde que o outro país remeta os dados necessários.

Na carta que divulgou no sábado, Pizzolato diz estar preparado para ser julgado na Itália: "Por não vislumbrar a minha chance de ter um julgamento afastado de motivações político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um tribunal".

Em sua defesa, ele diz que os recursos do Banco do Brasil foram aplicados em campanhas publicitárias, e não desviados para o esquema do mensalão. Mas ele mesmo recebeu R$ 336 mil do esquema, num envelope que disse ter entregue ao PT sem abrir.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já prepara um pedido de providências ao STF. Uma das possibilidades é que seja apresentado um pedido de extradição.

Segundo interlocutores, Janot ainda avalia qual o melhor procedimento a ser adotado porque o tratado entre Brasil e Itália permite que o outro país negue o pedido de extradição caso o envolvido tenha cidadania local, como é o caso do ex-diretor do BB.

A situação de Pizzolato também foi debatida ontem pelo secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, e técnicos do Ministério da Justiça. Os técnicos vão estudar medidas que poderão ser adotadas para trazer o condenado de volta ao Brasil para cumprir a pena e buscar brechas em tratados internacionais que permitam a extradição.

O Consulado da Itália em Assunção, Paraguai, afirmou ontem que não há registro de que Henrique Pizzolato tenha solicitado passaporte italiano à representação. Por meio de sua assessoria de imprensa, o consulado negou ter entregue o documento a ele.

Os passaportes dos condenados do mensalão foram recolhidos pelo STF em 2012 para evitar que eles deixassem o país. Suspeita-se que Pizzolato teria saído do Brasil há cerca de 45 dias pela fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai.


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