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Análise

Culto aos santos surgiu espontaneamente, mas foi reafirmado pela Igreja Católica

REINALDO JOSÉ LOPES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A crença no poder dos santos surgiu nos primeiros séculos do cristianismo, quando todo santo, por definição, era um mártir, executado pelas autoridades romanas por se recusar a abandonar sua fé.

Após a morte dos mártires, seus companheiros passaram a venerar seus túmulos e suas relíquias (restos mortais e objetos pessoais), aos quais podiam ser atribuídas propriedades milagrosas. Acreditava-se que, por causa do martírio, o santo compartilhava dos sofrimentos de Jesus e ganhava acesso imediato à presença de Deus. Seria, portanto, capaz de interceder, pedindo que Deus protegesse e ajudasse os demais fiéis.

Nos séculos seguintes, conforme o cristianismo foi se tornando a religião oficial em toda a Europa, o conceito de santidade se estendeu também a pessoas de vida cristã considerada exemplar, especialmente se, em torno delas, surgiam tradições de feitos milagrosos, provas do relacionamento especial entre o santo e Deus.

Durante muito tempo não houve um processo de investigação nem uma declaração oficial de santidade. O culto ao santo simplesmente surgia depois da morte da pessoa, inicialmente na região onde ela vivera, para só depois se espalhar pelas outras comunidades cristãs.

A prerrogativa papal para declarar oficialmente "novos" santos só veio no ano 1170, em documento do papa Alexandre 3º --a doutrina católica afirma que os santos são apenas reconhecidos pela Igreja, e não criados por ela. A rigor, todas as almas aceitas por Deus no Paraíso seriam santas, embora alguns mereçam distinção especial.

No século 16, com o surgimento das igrejas protestantes, muitos passaram a argumentar que a doutrina de que os santos intercediam pelos fiéis tinha algo de idolatria. Para os críticos do culto aos santos, só Jesus tinha o poder de interceder junto a Deus.

A Igreja Católica, no entanto, reafirmou a importância do culto aos santos nas reformas que conduziu nessa época. Nas igrejas ortodoxas, dos países de língua grega e eslava, esse culto continua tendo forma muito parecida até hoje. Mesmo entre alguns protestantes, como anglicanos e luteranos, uma forma limitada de veneração aos santos (como dias de festa em honra deles) ainda acontece.


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