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Governo federal revê custo de obra viária de Campos

Duplicação de estrada foi barrada e gerou protestos de aliados do governador

Gastos excessivos com terraplanagem e recomposição de vegetação estão entre os problemas citados

AGUIRRE TALENTO DE BRASÍLIA

Após assumir uma obra da gestão Eduardo Campos (PSB-PE), o governo federal refez parte do projeto enviado pelo Estado de Pernambuco e tornou seu custo R$ 700 milhões mais barato.

Trata-se do Arco Viário, estrada duplicada na região metropolitana do Recife. Com dificuldades para bancar a obra, a gestão Campos recorreu ao governo Dilma Rousseff, que se comprometeu com a duplicação em março do ano passado, época em que Campos ainda era aliado do Palácio do Planalto.

A obra virou alvo de disputa política, já que Campos rompeu com Dilma seis meses depois do acerto e é, hoje, um de seus adversários na corrida presidencial.

A gestão Campos repassou os estudos e documentos referentes à obra, mas o governo federal argumenta que encontrou problemas.

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) afirma, em ofício assinado pelo diretor-geral Jorge Fraxe, que o primeiro orçamento apresentado pelo governo de Pernambuco era de R$ 1,7 bilhão e que, após duas análises, conseguiu reduzi-lo para R$ 1 bilhão.

Mesmo com essa redução, o Dnit suspendeu a licitação na semana passada dizendo que ainda havia problemas.

Em nota, o Dnit afirmou que técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União) fizeram observações que motivaram a suspensão.

A Folha apurou que gastos considerados excessivos estão entre os problemas apontados pelo Dnit, como a despesa de R$ 83 milhões com a recomposição da vegetação em um lote da obra com 44 km, quando deveria estar em torno de R$ 5 milhões.

Outro exemplo: a terraplanagem chega a 52% do valor total da obra de um dos lotes, quando deveria ser em torno de 30%, na avaliação do Dnit.

Os estudos do Arco Metropolitano foram encomendados pelo governo de Pernambuco à empresa Consulplan, com sede no Estado. Em 2013, a empresa recebeu R$ 1,7 milhão pelo projeto do Arco e por outro anteprojeto.

O secretário de Infraestrutura de Pernambuco, João Bosco de Almeida, disse que o Dnit mudou características do projeto, por isso ficou mais barato. "Quando você vai fazer uma casa de 300 m², você pode fazer uma casa de um milhão [de reais] ou de dois milhões [de reais]. Essa é a razão. O estudo que foi feito tinha um projeto com outras características", disse.

Bosco afirmou que as observações feitas pelo TCU que provocaram a suspensão da licitação foram em relação ao edital de licitação, feito pelo Dnit, e não sobre o projeto. Procurada, a Consulplan não respondeu.


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