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Desigualdade resiste apesar de promessa tucana em MG
PSDB deixa governo sem cumprir meta de Aécio de reduzir diferenças regionais
Anastasia renuncia ao governo para se juntar à campanha tucana à Presidência; ele passou o bastão ao vice, do PP
Conhecido pelo perfil técnico, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), deixou o cargo ontem rumo a uma missão política: manter os tucanos no poder no Estado e trabalhar pela eleição de Aécio Neves à presidência.
Anastasia, que sucedeu Aécio no cargo, coordenará o programa de governo do futuro candidato ao Planalto e, ainda que a contragosto, deve ser candidato ao Senado.
"Renuncio para poder assumir outras responsabilidades. Essa renúncia, porém, não significa deserção a meu compromisso fundamental de defender a causa mineira", disse ele ontem.
A saída do tucano marcou também o fim de 11 anos e três meses de governos do PSDB em Minas. O partido passou o bastão ao PP deixando em aberto a promessa de reduzir as diferenças regionais.
As três gestões tucanas sucessivas começaram em 2003 com Aécio, que ao tomar posse prometeu reduzir o fosso econômico e social entre as regiões do Estado.
"É com essa aspiração de diminuir as diferenças que darei atenção especial a programas de desenvolvimento para o norte de Minas e os vales do Jequitinhonha e do Mucuri", discursou na ocasião.
Dados de 2011, porém, mostram que a fatia dessas regiões no PIB do Estado caiu desde 2003, agravando a disparidade regional --foi de 4% para 3,8% na região norte e de 1,9% para 1,8% no Jequitinhonha/Mucuri.
A era Aécio-Anastasia produziu avanços em educação, infraestrutura viária e na organização e planejamento do Estado. Na educação fundamental, por exemplo, Minas assumiu a liderança no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
GARGALOS
Permanecem desafios como o da diversificação da economia, ainda dependente da mineração e da agricultura.
O próprio Anastasia reconheceu a segurança como "grande gargalo" da gestão.
Nos 11 anos de governo tucano, Minas Gerais experimentou momentos distintos. De 2003 a 2010 houve queda significativa nos indicadores de violência, que retomaram trajetória de alta nos últimos anos.
Anastasia deixa o governo com aprovação de 49% (ótimo/bom), conforme pesquisa Ibope de dezembro. Em agosto de 2010, essa mesma taxa era de 52%. No caso de Aécio, a três meses de deixar o cargo, em dezembro de 2009, a aprovação alcançava 73%, segundo o Datafolha.
A dupla Aécio-Anastasia tentará agora alçar voo nacional. Se Aécio eventualmente for eleito presidente, Anastasia será um dos seus principais ministros.