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Vereador diz que, sem divulgação, mandato passa em 'brancas nuvens'

PAULO PEIXOTO ENVIADO ESPECIAL A OURO PRETO DIÓGENES CAMPANHA ENVIADO ESPECIAL A GUARATINGUETÁ

"Se você é santo, [sem propaganda] passa a ser o Diabo." A afirmação é de Leonardo Barbosa (PSDB), presidente da Câmara Municipal de Ouro Preto (MG), ao justificar a contratação de uma agência para divulgar as ações da Casa na mídia local.

A 456 km da cidade mineira, em Guaratinguetá (SP), o presidente da Câmara, Marcelo Meirelles (PSDB), também justifica o gasto. "Se não tiver divulgação, o que fazemos passa em brancas nuvens."

Na cidade do Vale do Paraíba, a Câmara irá gastar até R$ 354 mil neste ano com publicidade. Pela nova licitação, o Legislativo local planeja comprar espaços de 30 minutos em rádios, seis vezes por semana, para entrevistas com os vereadores.

"Se não tiver divulgação, o que fazemos passa em brancas nuvens", afirma Meirelles. Cada sessão atrai menos de dez moradores na cidade, que tem 117,6 mil habitantes.

O gasto é uma forma também de aplacar o "ciúme" de alguns vereadores com colegas radialistas, que têm presença garantida no ar.

Em Ouro Preto, que tem 73 mil habitantes, a Câmara Municipal irá contratar uma agência de publicidade por R$ 500 mil anuais. O aumento em relação à contratação anterior, de 2009, é de 96%.

O valor é quase tudo o que a prefeitura da cidade --que é patrimônio histórico mundial-- gastou com a reforma de imóveis no primeiro semestre de 2012.

Como o regimento determina a transmissão das sessões ordinárias (terças e quintas), a Câmara paga R$ 16 mil mensais a duas rádios e cria sua versão de "A Voz do Brasil".

Também há divulgação em jornais, internet e publicações próprias; "para TV, o dinheiro não dá", diz Barbosa.

Moradores ouvidos pela reportagem criticaram os gastos. "É desnecessário, e eles não fazem nada. Até hoje minha rua está para ser asfaltada", diz a empregada doméstica Eliana Cândida, 51.

Sem agência contratada, diz o presidente da Câmara, rádios e jornais aptos a receber anúncios teriam que ser credenciados, o que poderia, segundo ele, motivar suspeitas de favorecimento.

Na Prefeitura de Ouro Preto, contudo, cerca de um terço dos R$ 3,2 milhões anuais de publicidade vai para veículos credenciados, o que evita gastos com taxas cobradas por agências de propaganda.


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