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Advogado se recusou a receber, diz Barbosa

Presidente do Supremo contratou defensor para atuar em ação e não pagou honorários

MÁRCIO FALCÃO NATUZA NERY DE BRASÍLIA

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, comentou na quarta-feira (14) a declaração feita à Folha pelo advogado José Gerardo Grossi de que trabalhou de graça para ele.

Por meio de sua assessoria, Barbosa afirmou que procurou o defensor como "cidadão" e que chegou a ir ao escritório dele para pagar pelos serviços prestados, mas Grossi se recusou a receber o pagamento.

A polêmica surgiu após Grossi criticar decisão de Barbosa de negar o pedido do ex-ministro José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão, para deixar a prisão durante o dia e trabalhar no escritório do advogado.

Condenado a 7 anos e 11 meses de prisão, o petista cumpre pena desde novembro e queria trabalhar no escritório de Grossi, com salário de R$ 2.100.

No despacho, Barbosa disse que o petista não cumpriu um sexto da pena para obter o benefício e ainda afirmou que a oferta de emprego foi um arranjo entre amigos.

O advogado rebateu Barbosa e afirmou que lamentava que o ministro "tenha confundido um ato de generosidade" com uma ação de complacência entre amigos: "Logo ele que, já ministro do STF, foi meu cliente e que, por isto, sabe ou devia saber que não sou advogado de complacências ou cumplicidades".

Grossi foi advogado de Barbosa em uma interpelação apresentada pelo ex-ministro do STF Maurício Corrêa. Em 2006, durante um julgamento, Barbosa acusou Corrêa de tráfico de influência.

Grossi teria elaborado para Barbosa resposta à interpelação de Corrêa. O presidente do Supremo teria explicado que a suspeita levantada sobre o ex-ministro era consequência de um mal-entendido e admitiu que errou.

A Folha apurou que o documento teria uma página e meia e que deveria resultar, na época, em honorários de cerca de R$ 1.500.

O caso foi encerrado após os esclarecimentos de Barbosa, porque Corrêa teria, sem entrar no mérito, entendido que tudo não passou de um mal-entendido.

Grossi confirmou à Folha que Barbosa tentou pagá-lo, mas que não aceitou porque não costuma cobrar de juízes.

Em 2013, o presidente do Supremo Tribunal Federal causou polêmica ao dizer, em uma sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que haveria um "conluio entre juízes e advogados", revelando o que existiria de mais "pernicioso" na Justiça brasileira.

Na ocasião, o conselho analisava o caso de um juiz do Piauí acusado de beneficiar advogados.


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