Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
A Copa como ela é
Greve é 'bagunça sem razão', diz Alckmin
Metrô afirma que manutenção da paralisação é 'crueldade com usuário' e 'impõe sofrimento covarde à população'
Índice de reajuste e legalidade da greve serão definidos pela Justiça, que pode julgar o caso só na segunda (9)
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) reagiu de forma dura à greve dos metroviários e classificou o movimento como político.
"Não tem o menor sentido uma greve que prejudica a população. Um pequeno grupo, muito político, para levar consequências, paralisação, caos, bagunça sem a menor razão de ser", afirmou o governador à TV Globo.
A gestão considera que a greve é incentivada por siglas da oposição, como PSOL e PSTU --partido do presidente do sindicado dos metroviários, Altino Prazeres Júnior.
O sindicato nega e diz as razões são econômicas.
O secretário Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) foi além: disse que o governo pode demitir grevistas caso a Justiça decida que a paralisação é abusiva.
"Se a greve cair na ilegalidade, o governo não será complacente. Se for necessário ir até as demissões, nós vamos", disse ele.
Em nota oficial, o Metrô diz que a manutenção da greve é "crueldade com usuários", "impõe sofrimento covarde à população" e "é inútil para a negociação", pois a decisão sobre o reajuste salarial "está nas mãos da Justiça".
O governo foi à Justiça nesta quinta-feira. Na véspera, o Ministério Público do Trabalho fizera o mesmo --e obteve uma liminar proibindo a greve nos horários de pico, que foi descumprida.
Agora, o Tribunal Regional do Trabalho deverá se pronunciar sobre ambos os pedidos. Caso considere o movimento abusivo, há possibilidade de corte do ponto e até demissões por justa causa.
Ao buscar a Justiça, o governo também pediu que esta determine o reajuste a ser dado à categoria --o Metrô oferece 8,7%; os grevistas exigem ao menos 10%.
A Justiça do Trabalho, em casos semelhantes, geralmente define reajustes que apenas repõem a inflação. O INPC acumulado desde o último acordo coletivo foi de 5,8%.
A decisão pode ficar para segunda (9), mas há chance de ocorrer no fim de semana.
'LAMENTÁVEL'
Nesta quinta, a presidente Dilma Rousseff (PT) falou rapidamente sobre a greve. Instada a falar do vandalismo na estação Itaquera, respondeu: "Lamentável, lamentável".
Dilma orientou sua equipe a informar Alckmin de que o governo está disponível para ajudar. Uma das possibilidades é antecipar o envio de tropas do Exército destacadas para a Copa. Eles não poderia atuar no enfrentamento com grevistas, mas na proteção de estações, por exemplo.
Os assessores receberam a informação de que a greve não deve se prolongar e pode acabar até o fim de semana.