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Adolescente fazia bombas para atos no Rio, dizem ativistas

Em depoimento, ex-namorada afirma que jovem montou coquetéis-molotovs para manifestações durante a Copa

Ativista, que agora tem 18 anos, não está entre os 23 réus acusados de associação para cometer crimes em protestos

CRISTINA GRILLO DIANA BRITO LUCAS VETORAZZO DO RIO

Depoimentos de manifestantes à polícia apontam um jovem, à época com 17 anos, como um dos encarregados de preparar coquetéis-molotovs que seriam usados no "junho negro" --série de atos que pretendia impedir a realização da Copa.

Segundo os relatos, ele disse a uma então namorada que mataria um policial militar. Outra testemunha contou que o viu montando quatro coquetéis-molotov em sua casa, em uma favela da zona norte do Rio, depois testados em um campo de futebol.

O jovem não está entre os 23 réus do processo em que são acusados de associação para cometer crimes durante as manifestações na cidade.

Na época dos atos, ele era menor --completou 18 anos em 11 de julho. Seu caso está na 1ª Vara da Infância e Juventude, onde responde por fatos análogos a desobediência, desacato e destruição.

Apontado como administrador de páginas dos "black blocs" em redes sociais, o jovem morava, nos últimos meses, na casa da advogada Eloísa Samy, 45, réu no processo. Ela pediu asilo político no Consulado Geral do Uruguai, na segunda (21).

O nome dele também aparece em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça nas quais ela orienta duas pessoas a fugirem de sua casa antes que a polícia chegasse para cumprir mandado de busca e apreensão, em 11 de junho.

"Saiam daí agora porque tem um mandado de busca e apreensão", diz Samy a Gabriel da Silva Marinho, o Napalm, outro réu do processo.

A advogada estava na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática quando ligou, usando celular de Elisa de Quadros Sanzi, a Sininho.

CASAIS DESFEITOS

Ex-namorada do jovem, uma adolescente de 17 anos contou à polícia que ele e Napalm estavam sempre na linha de frente dos protestos, convocando vandalismo.

Segundo ela, seu então namorado lhe contou que quebrava agências bancárias e já teria atingido um policial com um coquetel-molotov.

A jovem relatou o ter visto arremessando bombas caseiras e bolas de gude, com estilingue, na direção da polícia. Disse ainda que ele estava preparando coquetéis-molotovs para o "junho negro".

Em mensagens entre os dois, interceptadas pela polícia, ele reclama de ter que cumprir serviço comunitário: "Maior sacanagem armarem contra mim, por isso na Copa eu vou matar um PM", disse.

Em outro depoimento, uma jovem de 21 anos o classifica como "muito violento" e diz que ele "faz molotovs, bombas de fumaça e jacarés" e distribui aos manifestantes.

Anne Josephine Louise Marie Rosencrantz, ex-namorada de Luiz Carlos Rendeiro Júnior, o Game Over, também relatou à polícia ações violentas após ele a ter trocado por Sininho, conforme revelou o jornal "O Estado de S. Paulo".

OUTRO LADO

A Folha não conseguiu localizar nesta sexta (25) a advogada Eloísa Samy, representante legal do jovem, para comentar os depoimentos.

No dia anterior, ela havia dito à reportagem que decidiu ajudá-lo porque "ele era o que se encontrava em condição mais vulnerável".

Samy disse que o incentivou a encontrar outra forma de protestar, sem violência. Antes da Copa, ele teria passado a filmar atos com câmera emprestada pela advogada.


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