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Entrevista - Gilberto Maringoni

'Temos de mudar o papel que o Estado tem'

Candidato do PSOL ao governo de SP, Gilberto Maringoni defende maior presença estatal

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

O candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), Gilberto Maringoni, 56, não era a primeira opção da agremiação para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em outubro.

A desistência de Vladimir Safatle, professor de filosofia na USP e colunista da Folha, abriu brecha para o historiador e professor de relações internacionais na Faculdade do ABC aceitar o convite.

"O PSOL é o partido que mais tem candidatos ao governo no Brasil. Estamos na disputa para ganhar, para colocar o papel do Estado democrático no debate", argumenta Maringoni, pai de três meninas --duas adultas e uma ainda adolescente.

Em entrevista feita em sua casa --no bairro do Belém, zona leste de São Paulo, onde ele vive há 30 anos--, Maringoni defendeu um maior poder para o Estado, não por questões ideológicas, e sim para melhorar a gestão de todas as áreas.

Leia, a seguir, trechos da entrevista, feita na manhã da última sexta-feira (22).

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Folha - Por que votar na sua candidatura e no PSOL?
Gilberto Maringoni - Nosso tema central na campanha é trazer para o debate o papel do Estado. Se o Brasil deixou de ser uma grande fazenda de café, por volta dos anos 1930, para se transformar em um Estado industrial moderno, nos anos 1980, foi por causa do Estado. Temos de mudar o papel que ele tem.

A ideia é reestatizar?
Em São Paulo ocorreu um forte processo de privatização nos 1990. Empresas de eletricidade, de telefonia e bancos foram vendidos. A Sabesp [companhia estadual de abastecimento] também teve 49,5% de suas ações negociadas na Bolsa de Nova York nos últimos anos. É papel do Estado, não por questões ideológicas, mas para termos uma melhor gestão, diminuir essa participação privada em empresas de serviços públicos, como é exatamente o caso da Sabesp.

De onde virão recursos para o Estado investir em áreas essenciais sem a participação da iniciativa privada?
São Paulo investe, hoje, R$ 13 bilhões por ano. Mas paga, por causa da dívida financeira que tem com o governo federal, a quantia de R$ 14 bilhões. Isso precisa ser renegociado. Outra fonte de recursos importante é a dívida ativa do Estado. Entre pequenos e grandes devedores, São Paulo tem por volta de R$ 190 bilhões para receber, praticamente o valor do Orçamento anual do próprio Estado. Precisamos executar esse valores.

O PSOL participou das manifestações de junho de 2013 de forma ativa. Há ligação entre o partido e os "black blocs"?
Nenhuma. Muito pelo contrário. A ação dos "black blocs" nas manifestações afastou as pessoas das ruas. Eu cheguei a ir com a [minha] filha adolescente às passeatas. Mas, quando percebi que elas ficaram perigosas, não fui mais. Não consigo entender a relação entre quebrar um orelhão e melhorar o país.


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