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Críticas a Barbosa marcam posse de Lewandowski na chefia do STF
Ex-presidente não comparece; OAB critica busca por popularidade
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa foi alvo de críticas veladas durante a posse de seu sucessor, ministro Ricardo Lewandowski, no comando da corte nesta quarta (10).
Alvo dos discursos do ministro Marco Aurélio e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado Côelho, o ex-presidente Barbosa, num ato incomum para o Judiciário, nem sequer foi ao evento.
Ao fazer o discurso de saudação a Lewandowski, Mello disse que a maneira como presidente do STF se relaciona com os pares influencia a qualidade das decisões e, por isso, é preciso impedir que "desacordos em votos" afetem a convivência entre os demais.
"[O presidente deve] ser um algodão entre os cristais, o exemplo maior de tolerância com as ópticas dissonantes, não permitindo que desacordos em votos afetem a interação", disse, referindo-se aos embates entre Barbosa e Lewandowski.
Em seguida o presidente da OAB, Furtado Côelho, disse que ministros do STF não devem buscar a "popularidade", mas a credibilidade. Ele elogiou Lewandowski dizendo que o novo presidente não tentaria ser maior que o STF.
"Lewandowski possui a necessária e exata compreensão de que as instituições ultrapassam em importância seus dirigentes. O messianismo deve ceder à racionalidade."
Último a discursar, Lewandowski citou Martin Luther King: "I have a dream --eu tenho um sonho. Era um sonho de igualdade e de fraternidade para todos os americanos indistintamente. Nós também temos um sonho: o sonho de ver um Judiciário forte, unido e prestigiado".