Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Candidata liga ataque do PT a frase atribuída a nazista
Em SP, Marina diz não acreditar que 'uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade'
Durante encontro com a comunidade judaica, na noite de segunda-feira (22), em São Paulo, a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, recorreu à famosa frase atribuída a um ministro nazista para falar sobre os ataques que tem sofrido do PT na disputa eleitoral.
"Tem gente que acha que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Eu não concordo", disse Marina. A frase é associada a Joseph Goebbels (1897-1945), ministro da propaganda de Adolf Hitler (1889-1845) e um dos principais responsáveis por construir a imagem nazista.
Diante de cerca de 50 pessoas, Marina defendeu a existência de dois Estados, de Palestina e Israel, e disse que a política externa brasileira deve adotar "fortemente" a defesa dos direitos humanos.
A candidata, no entanto, evitou entrar em polêmicas e não comentou a postura do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) diante da ofensiva de Israel na faixa de Gaza. Em julho deste ano, sem citar o movimento palestino Hamas, o Itamaraty emitiu nota condenando os ataques israelenses e convocando o embaixador do Brasil em Israel de volta a Brasília.
Segundo Claudio Lottemberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein e um dos organizadores do evento, Marina disse que o Brasil deve ter "posição mediadora".
A reunião não estava na agenda pública da candidata.
Nesta terça (23), em discurso na Federação da Agricultura do Paraná, em Curitiba, Beto Albuquerque (PSB-RS), vice na chapa de Marina ao Planalto, repetiu, agora publicamente, a ideia da aliada.
"Um partido [PT] que, no passado, perdeu uma eleição para o Collor em função da mentira usa, hoje, os mesmos recursos de Goebbels para tentar ganhar a eleição."