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Entrevista - José Serra

O PSDB não tem vocação para colocar fogo no país

EX-GOVERNADOR DE SP AFIRMA QUE NUNCA FEZ UMA OPOSIÇÃO DO TIPO QUANTO PIOR, MELHOR

GUSTAVO URIBE DE SÃO PAULO

Em entrevista concedida na madrugada da segunda-feira (22), brecha encontrada na agenda eleitoral, o ex-governador José Serra disse que o PSDB, alvo de críticas por fazer uma oposição fraca, não tem vocação para atuar no estilo "quanto pior, melhor".

Candidato ao Senado Federal por São Paulo, ele acredita, contudo, que a legenda pode fazer uma oposição mais "eficaz", como na época do governo de Fernando Collor.

Na liderança da disputa, com 37% segundo o Datafolha, ele evitou dizer se aceitaria um ministério num eventual governo de Marina Silva (PSB) e disse que cumpriu até o fim o mandato de senador, quando foi eleito em 1994.

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Folha - A atuação do PSDB como oposição é criticada por lideranças da própria sigla, que a consideram fraca. Falta uma atuação mais incisiva?
José Serra - Fui líder do PSDB na Câmara no governo Fernando Collor e não fiz uma oposição do quanto pior, melhor. Nunca trabalhamos para colocar incêndio no país. O PSDB não tem vocação para isso. Neste contexto, eu acho até que é possível fazer uma oposição mais eficaz, como fizemos naquela época.

Seus colegas de partido, o presidenciável Aécio Neves e o senador Aloysio Nunes, defendem a redução da maioridade penal. O sr. concorda?
Tenho proposta alternativa, que não é contraditória a essa e é mais fácil de ser aprovada. Temo que uma discussão sobre mudança constitucional leve anos. Minha tese é aumentar o período de internação de menores para dez anos em caso de crimes hediondos. É possível fazer por lei e me parece um caminho melhor e mais efetivo.

O sr. é contra a legalização das drogas como forma de combate ao tráfico. Como pretende, então, enfrentar o problema?
Vou fazer dois projetos. Um deles propõe a interrupção de todo tipo de cooperação com países que favorecerem o contrabando de drogas para nosso país. O outro é a criação de campanha educacional contra o consumo de drogas, como fizemos com o cigarro em São Paulo.

A reforma política tornou-se uma pauta importante nas eleições deste ano. Que mudanças são necessárias no sistema eleitoral brasileiro?
Eu defendo o voto distrital e vou reapresentar proposta criando o sistema distrital nos municípios com mais de 200 mil eleitores a partir da eleição de 2016. Isso diminui o custo de campanha e aumenta a representatividade no sistema democrático. A cláusula de barreira também é essencial na política. Já ouvi que ministros da Suprema Corte repensariam isso.

O sr. foi citado por Marina Silva (PSB) como político com o qual ela gostaria governar. Aceitaria assumir um ministério em eventual governo dela?
A campanha não está decidida. Estou concentrado no apoio a Aécio Neves e confio que ele pode chegar ao segundo turno. Não vou entrar em nenhuma discussão em que o efeito prático seria depreciar meu candidato.

O sr. defende que o PSDB adote que postura em um segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva?
Não vou discutir isso, porque significaria antecipar um resultado que não está determinado.

O senhor considerou os recentes ataques de seu afilhado político, Gilberto Kassab (PSD), uma traição?
Como eu disse, não vou me manifestar sobre campanha.

Ele tem insistido que pretende cumprir o mandato até o fim. O senhor também pretende cumprir os oito anos?
Como eu cumpri no passado. Eu terminei meu mandato como senador.


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