Um dia depois da vitória de Fernando Haddad, o PT de São Paulo divulgou ontem uma nota para afirmar que, na eleição, "a sociedade falou em alto e bom tom que o PT não está e nunca esteve no banco dos réus".
"As urnas falaram alto, abafando as vozes que tentaram fazer do julgamento do Supremo Tribunal Federal um instrumento de desgaste e até, como muitos alardearam, de destruição do PT."
Ainda segundo a nota, "setores da imprensa que partidarizaram a leitura dos fatos também saíram derrotados".
O documento faz parte de uma campanha, estimulada pelo ex-presidente Lula, em resposta ao julgamento do mensalão. A cúpula do PT irá divulgar na quinta-feira uma resolução em que chama de "injusta" a condenação de ex-dirigentes petistas.
Na nota, que será apresentado a Lula antes da divulgação, o PT diz que acatará a decisão, mas que não concorda com o resultado nem com os critérios adotados pelo STF.
Condenados, José Dirceu e José Genoino se lançam numa ofensiva contra a corte.
Anteontem, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) havia dito que o PT deve respeitar a decisão do Supremo.
Responsável pelo texto, o presidente do PT, Rui Falcão, disse ontem que as tentativas dos adversários de minar candidaturas petistas com a exploração política do julgamento fracassaram.
"A despeito da campanha de tentativa de criminalizar o PT, fomos o partido que teve o maior número de votos no primeiro turno e somos o partido que vai governar o maior número de eleitores a partir de 2013", afirmou Falcão.
"Vamos nos manifestar agora que passou a eleição e essa fase do julgamento."
Ao ser questionado sobre a relação do julgamento com a intenção do PT de fazer a reforma política -que entre, outros temas, prevê mudança nas regras de financiamento de campanha-, ele disse que "uma coisa não tem nada a ver com a outra".
Sobre o impacto da condenação de Dirceu e Genoino, respondeu que ambos não são membros do diretório.
"O partido cresceu e tem quase 100 mil filiados e queremos ampliar fazendo seminários e trazendo intelectuais para debater."