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Grupo criou 'igreja' para remessas ilegais
Operação da Polícia Federal desarticulou quadrilha, que movimentou R$ 400 milhões
Divulgação/Polícia Federal | ||
Agentes da Polícia Federal com veículos apreendidos durante a Operação Lava Rápido, na Mooca, em São Paulo |
A Polícia Federal desarticulou ontem em São Paulo uma quadrilha que movimentou cerca de R$ 400 milhões nas contas bancárias de uma "igreja" criada para esconder a origem do dinheiro.
A igreja era uma fachada usada para receber recursos e depois enviar dinheiro ao exterior, com o uso de doleiros. O mesmo esquema foi aperfeiçoado para trazer o dinheiro de volta ao Brasil.
O nome das pessoas e das empresas envolvidas foi mantido em sigilo, porque haverá desdobramentos da operação, chamada Lava Rápido.
Para lavar dinheiro de origem ilegal, a quadrilha também tinha uma rede de empresas de fachada, que recebiam depósitos bancários de companhias reais e pessoas interessadas em efetuar remessas não autorizadas ao exterior, sem conhecimento do Banco Central. Entre os envolvidos está um ex-auditor do Estado de São Paulo.
Em uma outra vertente criminosa, pessoas do mesmo grupo também cooptaram funcionários da Secretaria da Fazenda do Estado para destruir processos tributários e retirar as dívidas dos sistemas internos do órgão.
Os registros sumiam dos computadores, segundo o delegado Isalino Giocomet Júnior, do setor de crimes financeiros da PF. As empresas pagavam entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão por processo eliminado. As dívidas de cada pasta alcançavam R$ 35 milhões.
Foram presas seis pessoas, entre elas quatro funcionários públicos, e apreendidos 14 veículos e cerca de R$ 160 mil em espécie em diligências realizadas em São Paulo, Valinhos e Atibaia, no interior do Estado.
Os agentes da PF detiveram três funcionários e apreenderam computadores no edifício-sede da secretaria. Em nota, a secretaria afirmou que os pontos onde ficam os processos fiscais são monitorados por câmeras e que há conferências periódicas.
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