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Mensalão - O julgamento

Retorno tem bate-boca entre relator e colegas

Barbosa afirma que Lewandowski tenta transformar 'réu em anjo'

Marco Aurélio acusa relator de agir como 'vestal'; revisor manda Barbosa sair do STF e 'ir em frente às câmeras'

DE BRASÍLIA

A retomada do julgamento do mensalão foi marcada por novas discussões entre o relator, Joaquim Barbosa, e os colegas Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski.

Os bate-bocas surgiram nos debates sobre os critérios para aumento e redução da pena dos 25 condenados.

Marco Aurélio chegou a dizer que não admitia que Barbosa tratasse os colegas como "supostos salafrários".

O momento mais duro do debate ocorreu quando Marco Aurélio dizia que havia várias formas de considerar a participação de um réu em um crime. Ele questionou parâmetros das penas aplicadas ao empresário Marcos Valério.

Joaquim disparou: "Temos também a ubiquidade delitiva", em referência ao fato do empresário estar ligado a todos os crimes do mensalão.

Fora dos microfones, Barbosa fez um comentário que irritou Marco Aurélio. "Não sorria porque a coisa é séria, estamos no Supremo. O deboche não cabe aqui", disse.

Barbosa defendeu seu voto com a pena de Valério, que foi seguido pelos demais colegas. "Traduzi uma realidade que consta nos autos. Se um réu foi condenado a 40 anos, é porque se trata de réu que cometeu sete, oito, nove crimes graves, ministro."

"Mas temos o direito que é uma ciência", afirmou Marco Aurélio. "Não admito que Vossa Excelência suponha que todos sejam salafrários e Vossa Excelência seja vestal."

Barbosa também enfrentou o revisor quando divergiram sobre o uso da vida pregressa para a definição do tamanho da pena. "Vossa Excelência está transformando réu em anjo", disse Barbosa.

Irritado, Lewandowski reagiu. "Não crie frases de efeito." E alfinetou: "Saia daqui do plenário, vá em frente às câmaras e dê declarações".


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