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Ministro não tem direito a mau humor, diz Britto

Em sua última sessão, presidente diz que se sente realizado por seus nove anos no STF

DE BRASÍLIA

Em sua última sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ayres Britto afirmou que a corte está "mudando a cultura do país".

A fala ocorreu antes da 46ª sessão da análise do mensalão, ao agradecer homenagens por sua aposentadoria obrigatória, no próximo domingo, ao completar 70 anos.

Ministros do STF têm dito que a análise do processo do mensalão terá implicações no combate à corrupção. Britto, que presidiu a corte nos últimos sete meses, disse que as mudanças feitas pelo STF têm respaldo na Constituição: "O Supremo está mudando a cultura do país, a partir da Constituição, que quer essa mudança cultural".

Ele afirmou que se sente realizado por sua passagem de nove anos na corte. Conhecido como "ministro poeta", recomendou serenidade aos colegas e disse que os integrantes do STF não têm direito a cara fechada.

"Não temos direito ao mau humor, tamanha o honra de servir ao nosso país (...). Devemos fazer viagem de alma e não de ego porque o Supremo interfere mais e mais no curso da vida, como deve ser, como fiel intérprete de uma Constituição concretista."

Bate-bocas entre ministros marcaram várias das sessões do julgamento do mensalão.

Britto afirmou que não deixou seu voto para os crimes ainda sujeitos à dosimetria por falta de tempo ontem.

"Eu trouxe dosimetria para todos os réus avulsos, fora dos núcleos. Ia proferir o voto, mas não deu tempo. As coisas se precipitaram, o quorum de ministros caiu e eu não poderia proferir esse voto com vários ministros já deixando a corte", disse.

O ministro explicou que não seria possível deixar o voto escrito: "O voto tem de ser proferido em sessão".

Ontem, Britto e o futuro presidente do STF, Joaquim Barbosa, se reuniram com parlamentares e pediram a aprovação de aumento do salário do Judiciário, sem reajuste há quatro anos.

As perdas superam 28%. "O Judiciário experimenta há anos um perigoso e temerário processo de desprofissionalização", disse Britto. O governo definiu reajuste de 5% para o Judiciário em 2013. Os ministros querem mais. O relator do Orçamento, Romero Jucá (PMDB-RR), disse ser "muito difícil" atendê-los.


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