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Relator da CPI pede indiciamento de Perillo

Em seu relatório, Odair Cunha (PT-MG) deve citar ligações do governador tucano de GO com Carlinhos Cachoeira

O texto final também pedirá o indiciamento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB) por sete crimes

NATUZA NERY ANDREZA MATAIS DE BRASÍLIA

O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), decidiu pedir o indiciamento do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) por suas relações com o empresário Carlos Ramos, o Cachoeira.

O relatório final da CPI, porém, não havia sido finalizado até o encerramento desta edição e poderia sofrer mudanças de última hora.

Segundo a Folha apurou, Perillo foi avisado sobre o pedido de indiciamento e começou a operar apoios para derrubar essa parte do texto.

O relatório de Cunha tem cerca de 4.000 páginas e sua votação, prevista para hoje, foi adiada e deve ocorrer na quinta-feira. Havia dúvidas se daria tempo para impressão.

Ontem, Cunha chegou a considerar um recuo no indiciamento do governador após tomar conhecimento de uma liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, segundo o qual Perillo não poderia mais ser convocado a depor na CPI.

Os advogados do governador sustentaram que, se não pode ser ouvido, Perillo também não poderia ser investigado e indiciado. Horas depois, o magistrado esclareceu: "Nada impede que o relatório da CPI diga que existem indícios de que o governador cometeu crimes e mande para a foro competente, no caso o STJ [Superior Tribunal de Justiça]. A CPI pode indicar qualquer um, até mesmo o presidente da República."

Segundo integrantes da CPI com acesso ao texto preliminar, "há provas contundentes" de envolvimento, evidenciadas pela compra de uma casa do tucano por Cachoeira e por nomeações de aliados do empresário em Goiás.

Cachoeira está preso desde fevereiro, acusado de exploração ilegal de jogos e de corromper agentes públicos.

O pedido de indiciamento cumpre um roteiro traçado pelo PT desde o início da CPI, já criada para investigar integrantes da oposição flagrados em escutas da PF.

À época, aliados de Perillo reclamaram que o tucano se transformara em alvo no ano do julgamento do mensalão por vingança. Ele sustenta que, em 2005, avisou o então presidente Lula sobre a compra de votos.

O relator também pedirá o indiciamento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) por sete crimes: lavagem de dinheiro, corrupção passiva, advocacia administrativa, tráfico de influência, formação de quadrilha, violação do sigilo funcional e crime contra a ordem tributária.

O pedido de indiciamento do tucano é baseado numa entrevista à Folha na qual ele admite que sabia que Cachoeira operava esquema de jogo ilegal. "Se eu falar para você que não tinha conhecimento de que ele mexia com jogo, seria hipócrita", disse.


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