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Polícia do PA abre novas apurações no caso Dorothy

Objetivo é investigar envolvimento de delegado com a morte da missionária

Suspeita é que Marcelo Luz tenha cedido arma utilizada no crime, em 2005; o delegado nega participação na morte

Tarso Sarraf - 14.nov.2012/Folhapress
Vitalmiro de Moura, o Bida, condenado sob a acusação de mandar matar Dorothy Stang
Vitalmiro de Moura, o Bida, condenado sob a acusação de mandar matar Dorothy Stang
AGUIRRE TALENTO DE BELÉM

A Polícia Civil do Pará abriu duas investigações para apurar o suposto envolvimento de um delegado na morte da missionária Dorothy Stang, em 2005.

O objetivo é descobrir se Marcelo Luz, á época delegado de Anapu (766 km de Belém), município onde a religiosa foi morta, forneceu a arma que foi usada no crime.

A polícia quer saber também se Luz cobrava propina dos fazendeiros para expulsar agricultores que invadiam propriedades da região.

Em entrevista à Folha, publicada ontem, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado como mandante da morte, afirmou que o delegado lhe pediu R$ 10 mil em troca da proteção de sua propriedade contra invasores ligados à Dorothy.

As informações sobre o suposto envolvimento do delegado só vieram a público neste ano e, por isso, no fim de agosto, a polícia abriu as investigações. Ambas tiveram seus prazos prorrogados.

Uma das investigações corre no âmbito administrativo, que pode acarretar punições na corporação. Outra investigação é policial, que pode resultar em denúncia contra o delegado na Justiça.

Marcelo Luz atualmente está lotado na delegacia de Viseu (307 km de Belém).

A assessoria da Polícia Civil diz que o delegado não se pronuncia sobre o caso. Anteriormente, ele já havia negado essas acusações.

A origem da arma que matou Dorothy, um revólver calibre 38, é uma das lacunas do caso. A PF descobriu que ela foi comprada em uma loja de armas em Alagoas, mas não conseguiu rastrear como a arma chegou até Anapu.

A arma foi usada por Rayfran das Neves Sales para dar seis tiros à queima-roupa na missionária. Ele confessou o crime, em coautoria com Clodoaldo Batista. Ambos foram condenados.

Rayfran trabalhava para o fazendeiro Amair Feijoli, conhecido como Tato. As terras de Tato eram visadas por Dorothy para serem transformadas em assentamento rural. Tato confessou ter dado a arma usada por Rayfran.

O que faltou descobrir foi como essa arma chegou a Tato. Em março, ele disse à revista "Época" que o delegado Marcelo Luz lhe deu a arma para que se protegesse de invasões em sua terra.

Após a entrevista, o policial federal Fernando Raiol, que participou das investigações sobre o caso, registrou em cartório depoimento confirmando a história. Raiol disse ainda que Bida é inocente. A defesa do fazendeiro tenta anular sua condenação.


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