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Dirceu convoca PT para ir às ruas contra julgamento

Ao lado de outros condenados, ex-ministro diz que petistas foram 'linchados'

João Paulo Cunha diz que relator do mensalão só chegou ao STF devido ao compromisso do PT e de Lula com os negros

Adriano Vizoni/Folhapress
O deputado João Paulo Cunha é aplaudido por petistas, entre eles José Dirceu (à dir.), em encontro em Osasco (SP)
O deputado João Paulo Cunha é aplaudido por petistas, entre eles José Dirceu (à dir.), em encontro em Osasco (SP)
DE SÃO PAULO

O ex-ministro José Dirceu, condenado a dez anos e dez meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, convocou ontem o PT e os movimentos sociais a irem as ruas "fazer o julgamento do julgamento" do mensalão.

Eles discursou em ato do deputado João Paulo Cunha, condenado por corrupção e peculato, em Osasco.

O ex-presidente do PT José Genoino, sentenciado a seis aos e oito meses, também participou da manifestação.

"'É preciso ir as ruas, discutir, debater o que esta acontecendo. Não aceitamos. Estamos revoltados e indignados e somos vitimas de um julgamento injusto", disse Dirceu, que completou:

"Nós, antes de sermos condenados, fomos linchados. Quem jogou o principal papel na articulação foram os meios de comunicação, não todos, mas determinados meios."

Ele afirmou que atos como os de ontem devem ser replicados em todo o país.

Ao criticar a imprensa, Dirceu declarou que há seis meses, quando as investigações do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sobre magistrados ocupavam o noticiário, "a mídia mostrou o Poder Judiciário como o mais corrupto".

Assim como Dirceu e João Paulo, Genoino foi recebido aos brados por cerca de mil militantes no auditório escolar onde foi realizado o encontro. O ex-dirigente do PT foi o primeiro entre os condenados a discursar.

Atualmente sem mandato, ele é suplente e pode assumir uma cadeira de deputado.

A posse de Genoino (chamado de "futuro deputado" no evento) foi tratada como prioridade pela bancada paulista do PT, presente em peso.

Em um discurso emocionado, Genoino afirmou que está com o coração "machucado, doído". "Agora, a cabeça está fria, erguida e tranquila e eu tenho certeza da minha inocência", declarou.

João Paulo citou a chegada de Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, ao posto de primeiro negro na presidência do STF como resultado do governo Lula, que o nomeou para a corte.

"[Barbosa] Chegou porque era compromisso nosso, do PT e do Lula, de reparar um pedaço da injustiça histórica com os negros", disse.

Anunciado pelos organizadores do ato ("Ele está preso no trânsito", disse o apresentador), o presidente nacional do PT, Rui Falcão, não foi.

Parte da cúpula do PT e o Palácio do Planalto recomendaram cautela com atos de desagravo aos condenados, para que não pareçam manifestações oficiais do partido.

Além de Falcão, também faltaram os deputados Jilmar Tatto, líder do PT na Câmara, e Arlindo Chinaglia, líder do governo Dilma na Casa.

Sem citar nomes, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) criticou as lideranças. "Quero falar dessa falta de solidariedade que existe em algumas pessoas do nosso partido. É nas horas ruins que a gente conhece os companheiros. Quando o Zé era ministro, o João Paulo era presidente da Câmara, todo mundo era amigo."


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