Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Gravações apontam esquema que manipula precatórios em Estados

Grampos flagram conversas que insinuam desvio de recursos

FLÁVIO FERREIRA JULIO WIZIACK TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal apontam que a quadrilha investigada na Operação Durkheim pode ter montado um esquema para ganhar dinheiro em licitações e precatórios (dívidas de órgãos da administração reconhecidos pela Justiça) em diversos Estados.

O grupo criminoso já é investigado pela suposta remessa ilegal de recursos ao exterior e quebra de sigilos fiscal, bancário e telefônico.

Entre as vítimas estão o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), e Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A PF gravou telefonemas entre o vice-prefeito eleito de Nazaré Paulista (SP), Itamar Ferreira Damião (PSC), apontado como um dos pivôs da quadrilha, e dois assessores.

Nas conversas, eles insinuam que os recursos de precatórios, cerca de R$ 2 milhões, poderiam ser usados na campanha do vice, eleito na coligação com Junior (PT).

Os grampos mostram que, em julho e agosto, Damião e seus assessores negociavam com o governo do Amazonas, onde o vice-prefeito disse que "fala com Deus".

Em um dos telefonemas, José Carlos Ayres, um dos assessores, liga para Damião de Manaus (AM) e diz que "o governador, o senador, todo mundo" participava de um seminário. Ele insinua que iria aproveitar a oportunidade para abordá-los.

PEDIDO

O vice-prefeito, então, faz um pedido: "Tenha cuidado (...) com o negócio que eu tenho que falar, que o secretário de planejamento foi uma indicação minha".

Dois dias depois, em outra ligação, Damião diz que a situação estava resolvida: "Tá publicado. (...) Já foi feito o empenho, o governador já empenhou. (...) Deixa passar um pouquinho pra ver o dia do cheque". Nas escutas, eles não citam nominalmente o governador, Omar Aziz (PSD).

Os recursos a que se refere Damião seriam liberados em 3 de agosto, dia em que uma série de créditos suplementares foi publicada no "Diário Oficial" do Estado com a assinatura do governador.

As gravações revelaram outra negociação no Rio de Janeiro, mas, segundo Ayres, ela estava parada. O grupo também atuaria com licitações e buscou doações para a campanha com empresas, como a CCR.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página