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Justiça torna réus 15 investigados pela PF
Vice-prefeito eleito no interior de SP, policiais e doleiros estão entre acusados, sob a suspeita de formar quadrilha
Novos inquéritos, a partir da Operação Durkheim, vão focar a quebra de sigilo de políticos como Kassab
A Justiça Federal abriu processo criminal contra 15 investigados na Operação Durkheim, da Polícia Federal, que apurou crimes de quebra de sigilo telefônico e fiscal ilegal de políticos e delitos financeiros.
Passaram à condição de réus na Justiça o vice-prefeito eleito de Nazaré Paulista (SP), Itamar Ferreira Damião, dois policiais (um federal e um militar) e doleiros, sob a suspeita da prática do crime de formação de quadrilha.
O juiz da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo Márcio Ferro Catapani também autorizou a abertura de quatro novos inquéritos para aprofundar as investigações do caso, que tem 65 indiciados pela Polícia Federal.
Dois dos novos inquéritos terão como foco a quebra ilegal do sigilo telefônico e fiscal de políticos como o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) e o senador Eduardo Braga (PMDB-AM).
A ação penal aberta pela Justiça é resultado de denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal em 25 de dezembro.
O procurador Luiz Costa afirmou que Damião, o agente da PF Marcus Vinicius Alves, o PM Adonias dos Santos e doleiros se associaram de forma estável para a prática de crimes financeiros.
Um dos novos inquéritos do caso vai buscar provas de que os integrantes da suposta quadrilha realizaram lavagem de dinheiro e remessas ilegais de recursos para o exterior, entre outros delitos.
Os relatórios da PF também citam o vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo Del Nero, que teria recebido ilegalmente dados telefônicos de uma mulher por meio de um araponga. Em depoimento à PF, Del Nero afirmou que buscou um detetive para investigar a namorada dele.
A defesa do vice-prefeito eleito de Nazaré Paulista afirmou que ainda não analisou a denúncia, mas que, como ela trata somente da suspeita do crime de formação de quadrilha, vai pedir a liberdade de Itamar Damião.
"A manutenção da prisão preventiva é um flagrante de constrangimento ilegal", disse o advogado de Damião, Antonio Celso Fraga.
A Folha não localizou os advogados dos outros réus até a conclusão da edição.