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Análise

Ataques entre siglas é só 'test drive' para corrida de 2014

A novidade é que esse processo começou mais cedo -tornando o Brasil um pouco mais normal

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso postou um vídeo no YouTube há alguns dias e disse que o PT parecia "criança" e fazia "picuinha" ao comparar os governos tucano e petista no Palácio do Planalto.

Luiz Inácio Lula da Silva respondeu um pouco depois sugerindo que FHC deveria "ficar quieto".

Dilma Rousseff declarou que o governo do PT não recebeu nenhuma herança notável do antecessor, FHC. O tucano rebateu dizendo que ela estava agindo como quem "cospe no prato" em que come.

Ciro Gomes, duas vezes candidato a presidente e ainda um dos nomes mais conhecidos do PSB em todo o país, desqualificou em uma entrevista seu colega de legenda, Eduardo Campos.

Além disso, partiu para o ataque a outros dois pretendentes ao Planalto: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e Marina Silva (da Rede Sustentabilidade).

Para Ciro, os três não têm propostas para o Brasil.

Marina Silva lançou a sua Rede e criticou PT e PSDB. Para ela, esses partidos não entendem como deve ser conduzida a nova economia no mundo e no Brasil.

Eduardo Campos, que sonha em ser candidato ao Planalto, reagiu nos bastidores por causa dos ataques recebidos de Ciro Gomes. Enxergou na ação o dedo de Lula. Em conversas reservadas, tem prometido dar o troco.

No dia em que o PT celebrou seus 33 anos de fundação, Aécio Neves fustigou Dilma Rousseff. "Quem governa hoje o país é a lógica da reeleição", afirmou.

O PMDB e seus caciques fizeram uma convenção nacional ontem em Brasília e tentaram se segurar na posição em que já estão, com o cargo de vice-presidente da República para Michel Temer.

Se possível, a legenda deseja arrancar mais ministérios além das cinco pastas já ofertadas por Dilma Rousseff.

'TEST DRIVE'

Quem anda nos corredores do poder em Brasília e lê o noticiário pode achar que a política está em pé de guerra.

Em parte, essa leitura é verdadeira. Mas a retórica atual é como um "test drive" dos discursos que podem -ou não- ser utilizados na corrida presidencial de 2014.

Numa analogia com uma corrida de Fórmula 1, os pré-candidatos e seus apoiadores estão todos na fase dos treinos de qualificação.

A novidade é que desta vez esse processo começou muito mais cedo do que em outros anos -até tornando o Brasil um país um pouco mais normal.

Nos Estados Unidos, a campanha não acaba nunca e quem ganha são os eleitores, que podem assistir o tempo todo aos políticos se enfrentando.

Tome-se a frase de Aécio Neves sobre Dilma Rousseff: "Quem governa hoje o país é a lógica da reeleição".

Qual a receptividade dos eleitores a respeito desse conceito? Não se sabe, mas as pesquisas dirão em breve.

O tucano poderá usar ou não esse slogan durante sua campanha em 2014.

Em resumo, os políticos estão fazendo política.

Por mais estranho que possa parecer num país que tem data fixada em lei para tudo, é um avanço ver a todos se expondo -ainda que apenas com o interesse de testar seus discursos entre os eleitores.


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