Folha de S.Paulo

Alunos da UFSCar acabam greve de 83 dias

DE RIBEIRÃO PRETO

Depois de 83 dias de greve, os estudantes do curso de medicina da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) encerraram a greve e voltaram às suas atividades.

A ausência de médicos preceptores --profissionais que atendem os pacientes enquanto também dão orientações aos alunos de medicina-- e a carência de estrutura fizeram com que os estudantes do primeiro ao quarto ano paralisassem as atividades desde o mês de março.

De acordo com o reitor da universidade, Targino de Araújo Filho, faltava um acordo formal entre a Prefeitura de São Carlos e a UFSCar para regularizar a situação dos médicos que orientam os alunos nas unidades de saúde da família no município.

Ainda de acordo com Araújo Filho, a proposta foi enviada pela administração à Câmara e aprovada.

O edital está aberto há uma semana para a contratação de 31 preceptores. Cada profissional de saúde deverá realizar quatro consultas por dia quando estiverem auxiliando os estudantes da instituição.

Todos os médicos que trabalham nas unidades de saúde municipais têm de cumprir 12 consultas por dia.

"Quando eles estiverem auxiliando os alunos, as oito consultas restantes serão compensadas por professores da universidade", disse.

A greve dos estudantes de medicina da UFSCar é uma das registradas neste ano no interior paulista.

Funcionários e docentes de campi da Unesp (Universidade Estadual Paulista) também fizeram manifestações ao longo da última semana.

Eles querem reajuste salarial de 11% e equiparação salarial com outras faculdades de São Paulo.

As paralisações --parciais, segundo a universidade-- ocorreram na região nos campi de Araraquara, Franca e Jaboticabal, de acordo com o Sintunesp (sindicato dos trabalhadores).

Assim como a UFSCar, a instituição também enfrenta manifestação de alunos.