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Obras saem ainda este ano, diz prefeitura
Secretário de Ribeirão Preto afirma que ano fiscal curto em 2012 impediu cumprimento de planos para a zona norte
Representantes de bairros acionaram Promotoria e acusam prefeitura de usar programa eleitoralmente
Obras emergenciais e o ano fiscal menor por causa da legislação eleitoral impediram a execução dos projetos selecionados em 2011 no programa Governo nos Bairros para uma das regiões da zona norte de Ribeirão Preto.
A justificativa foi dada ontem pelo secretário da Casa Civil, Layr Luchesi, após um grupo de moradores da zona norte protocolar representação no Ministério Público questionando o descumprimento do programa, conforme a Folha publicou ontem.
Na representação, eles também pedem que a Promotoria apure a possível prática de improbidade pela prefeita Dárcy Vera (PSD). Segundo eles, o programa tem orçamento anual de R$ 18 milhões, mas os recursos não foram usados nas obras.
À Folha, Luchesi afirmou que "a prefeitura tem se esforçado para tirar os projetos do papel", "que alguns projetos tiveram que ser alterados por serem inviáveis tecnicamente" e que a intenção é implantá-los neste ano.
Segundo o secretário, a verba de R$ 18 milhões para os projetos está prevista no Orçamento de 2013. "As obras que não foram executadas estão inclusas para serem feitas neste ano", disse Luchesi.
A ação foi feita por representantes de 13 bairros da zona norte que integram o Corpac (Conselho Regional de Participação Comunitária) --criado pela prefeitura para ser o elo entre o poder público e os moradores.
De acordo com o presidente da associação de moradores do jardim Adelino Simioni, Daniel Paulo dos Santos, 57, o descumprimento reforça a suspeita de uso eleitoreiro do programa. "Não aceitamos isso", disse.
No bairro Quintino Facci 2, estavam previstos R$ 250 mil em obras para o ano passado. "Nada foi feito até agora. Queremos as obras que foram reivindicadas", disse o representante da localidade, Lucas Monteiro, 29.
O secretário negou o uso eleitoreiro do programa. "[A denúncia] não condiz com a realidade", disse Luchesi. O Ministério Público ainda avalia a representação para decidir se vai abrir inquérito para investigar o caso.