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Ribeirão

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Cinquentões reaprendem a andar de bike

Motivação vai desde o desejo de acompanhar filhos e netos em parques até o gosto de poder se aventurar por trilhas

Aos 60, professor da UFSCar tomou aula particular para voltar a andar de bicicleta --agora de marcha

JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO

"No começo, há um ano, era até cômico, eu tinha medo de cairMaria de Fátima Paradinovic, 58secretária que aprendeu a andar de bicicleta aos 57 anos, em São PauloQuando aprendem --e olha que tem alguns que são piores que criança-- [os adultos] começam a gritar, felizes da vida!Alexandre Zagalo Lamimprofessor de ciclismoFoi uma retomada. Eu não tinha muita familiaridade com bicicleta de marchaRicardo Siloto da Silva, 60professor de engenharia

Maria de Fátima Paradinovic pertence a uma geração em que ganhar uma bicicleta, uma bola ou uma boneca dos pais era luxo. Na infância em Aurora, no interior do Ceará, nos anos 50, dividia com a irmã a boneca e fazia o próprio brinquedo.

Aos 57, morando em São Paulo, a secretária Fátima aceitou para si um desafio: aprender, já adulta, a andar de bicicleta. Não só perdeu o medo como planeja participar de pequenos torneios.

Como ela, adultos com 50 anos ou mais têm buscado aulas particulares de bicicleta.

A motivação vai desde aprender a andar apenas para acompanhar filhos e netos em parques até para se aventuras por trilhas.

Como em qualquer outra atividade física, quem quer pedalar, sobretudo se tem mais idade, deve passar antes por avaliação médica.

A procura de adultos por professores de bicicleta acontece há pelo menos cinco anos, segundo a FPC (Federação Paulista de Ciclismo).

VERGONHA DE ADULTOS

O professor Alexandre Zagalo Lamim, 38, dá aulas de ciclismo há oito anos em São Paulo. Nos últimos três, passou a ser procurado não só para ensinar crianças.

As aulas de Lamim para adultos acontecem aos fins de semana, em locais como o o parque Ibirapuera. Com os mais velhos, as primeiras aulas ganham muitas vezes uma dificuldade a mais: a vergonha. "Mas com o tempo, os adultos ficam felizes", diz. "Quando aprendem --e tem alguns piores que criança-- começam a gritar, felizes."

Um dos maiores entraves, afirma, é a falta de equilíbrio e o medo de cair. "Mas com algumas aulas a pessoa logo adquire confiança."

Hoje com 58 anos, Fátima está entre os cerca de 200 alunos adultos que já tomaram aulas particulares com Lamim. "No começo, era até cômico, eu tinha medo de cair. Ele literalmente segurava na minha cintura", afirma.

Além da capital, também no interior paulista adultos se interessam em pedalar.

Em alguns casos, basta apenas reaprender a andar de bicicleta. O treinador de ciclismo Mateus Manzini, 32, já ajudou ao menos quatro adultos, com mais de 40 anos, a relembrar a pedalar.

"Andar de bicicleta é aquilo mesmo: quem aprendeu um dia, não esquece."

Com 60 anos, o professor de engenharia Ricardo Siloto da Silva, da UFSCar, se lembra de ter pedalado pela última vez na juventude.

Além de natação e academia, decidiu neste ano complementar seus exercícios. "Foi uma retomada. Eu não tinha muita familiaridade com bicicleta de marcha."

As aulas acontecem em estradas de terra da própria universidade. O docente é entusiasta do uso da bike como transporte alternativo ao trânsito tomado por carros.


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