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Ribeirão

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Salário de boia-fria na região cresce 25% em 1 ano

Apesar de demissões pós-mecanização, trabalhador se valoriza no mercado

Motivo é a escassez cada vez maior de profissionais como o cortador de cana na região de Ribeirão

VENCESLAU BORLINA FILHO DE RIBEIRÃO PRETO

A disputa por mão de obra na área urbana aumentou em quase quatro vezes os salários de boias-frias em relação ao dos mensalistas no último ano na região de Ribeirão Preto, segundo levantamento do IEA (Instituto de Economia Agrícola) de São Paulo.

Apesar das demissões geradas pela mecanização das lavouras de cana-de-açúcar, algodão e laranja, esse perfil de trabalhador rural ficou mais valorizado porque se tornou escasso e quase sempre é procurado no mesmo período de colheita.

Em Barretos, o salário de um boia-fria ou volante foi reajustado em 25% no último ano. Atualmente, eles ganham R$ 50 pelo dia de trabalho. Já o salário do trabalhador rural que atua no regime mensal aumentou apenas 6,2%, para R$ 850.

Em São Carlos, Araraquara e Franca, o salário do volante também foi reajustado em 25%. O menor reajuste foi em Ribeirão Preto, onde o salário do diarista subiu 14,3%.

Nem mesmo o salário de tratorista --função com importância cada vez maior na lavoura por causa da mecanização-- sofreu reajuste tão expressivo no período quanto o dos diaristas. Segundo o estudo, o maior aumento para um tratorista foi de 15%.

"Os reajustes foram pressionados pela falta de mão de obra, pela concorrência com a demanda na área urbana e porque os salários estão muito parecidos com os pagos na cidade", diz a pesquisadora do IEA, Celma Baptistella.

De acordo com ela, os salários dos mensalistas não apresentaram reajustes parecidos porque têm relação com o salário mínimo. Por outro lado, eles guardam direitos trabalhistas como o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e férias.

MENOR QUE NA CIDADE

Para a direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ribeirão Preto e região, apesar dos reajustes, os salários continuam defasados se comparados com os praticados na área urbana.

Segundo o tesoureiro do sindicato, Celso Gabriel Pacola Colluci, um trabalhador rural mensalista não ganha mais que R$ 2.000 mensais. "Para chegar a isso, tem de se submeter a uma jornada excessiva de trabalho."

Uma das queixas é que o trabalhador rural não tem acesso à formação profissional que o da cidade tem. "Com qualificação, poderíamos ter salários equivalentes."

Os dados sobre salários rurais foram obtidos por Celma nas Casas de Agricultura dos municípios. Referem-se ao último mês de abril.


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