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Manutenção no Daerp era 'precária', afirma chefe interino
Secretário da Administração disse ontem que faltava 'perfil técnico' ao órgão comandado pelo aliado PR desde 2009
Indicado do Partido da República foi demitido do Daerp após 100 mil ficarem sem água em Ribeirão Preto
Há duas semanas como superintendente interino do Daerp (Departamento de água e Esgoto de Ribeirão Preto), o secretário da Administração, Marco Antonio dos Santos, classificou como "precária" a situação da área de manutenção da autarquia até o mês passado.
Santos criticou a área de manutenção ao comentar as falhas nas bombas de água que provocaram o desabastecimento a 100 mil pessoas em Ribeirão Preto. "Faltava um perfil técnico à chefia."
A falta de água resultou na demissão do então superintendente do Daerp, Marcelo Galli, indicado ao cargo pelo PR, partido da base da prefeita Dárcy Vera (PSD).
As declarações de Santos foram feitas durante entrevista coletiva ontem, quando foram anunciados investimentos na perfuração de novos poços e a construção de reservatórios e adutoras.
O secretário não comentou se a intervenção da prefeita no Daerp, nomeando um secretário de sua confiança --e presidente municipal do PSD-- significa o afastamento do PR da autarquia.
No último dia 1º, o chefe da Divisão de Manutenção e Reparos João Ricardo Batista foi demitido do cargo, e em seu lugar assumiu Ângela Aparecida Gonçalves. Esta foi a quarta exoneração na chefia do Daerp desde julho.
Santos afirmou que recebeu "carta branca" da prefeita para agir no Daerp, mas não falou quem será o próximo chefe do órgão.
Ainda de acordo com ele, as substituições na autarquia "não tiveram fundamento politico". Todas elas "foram técnicas, visando adequar a estrutura do Daerp".
Nos próximos seis meses a Prefeitura de Ribeirão espera incluir no sistema de abastecimento cinco novos poços, que devem aumentar em cerca de 16% a capacidade do sistema, com uma vazão estimada em 1.950 m3/h.
A prefeitura também planeja, de acordo com Santos, que até novembro estejam construídos mais oito reservatórios de água, aumentando 17,5% a capacidade de armazenamento da cidade.
Além dessas obras, Santos afirmou que a prefeitura está prestes a assinar um convênio com o governo federal para o repasse R$ 39 milhões, que serão destinados à construção de mais quatro poços.
Segundo ele, com essas obras, a cidade não deverá sofrer com a falta de água de forma tão constante.
"Hoje estamos equilibrando o abastecimento e o consumo", diz Santos.
