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Promotoria denuncia atropelador à Justiça
Empresário, que está preso, atropelou e matou estudante durante manifestação popular em junho, em Ribeirão
Promotor diz que houve intenção de matar; defesa de Alexsandro Azevedo afirma que ele reagiu a provocações
O Ministério Público denunciou à Justiça ontem o empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo sob a acusação de homicídio doloso duplamente qualificado e quatro tentativas de homicídio. Ele atropelou e matou um estudante durante um dos protestos em Ribeirão Preto.
Preso numa cadeia da região, Azevedo é acusado de ter avançado propositalmente com seu carro, um Land Rover blindado, sobre um grupo de ativistas que bloqueava a rua durante a manifestação do dia 20 de junho. Atingido pelo veículo do empresário, Marcos Delefrate, 18, morreu no local.
A denúncia por tentativa de homicídio é relativa a outras pessoas que ficaram feridas no atropelamento.
O homicídio doloso ocorre quando a pessoa age com a intenção de matar.
A Promotoria entendeu também que o caso possui dois agravantes (as chamadas qualificantes, que podem aumentar a pena), porque o empresário agiu por motivo fútil e não deu chance de defesa às vítimas.
Azevedo ainda fugiu do local do atropelamento sem prestar socorro às vítimas.
O promotor de Justiça Naul Luiz Felca, autor da denúncia, também pediu para que Azevedo fique preso até que ele seja julgado.
O advogado José Guimarães Filho, que representa o empresário, afirma que seu cliente não teve a intenção de matar o estudante nem de atingir os outros feridos no protesto. Por isso, deveria responder apenas por homicídio culposo e lesão corporal.
"Alesxandro não teve intenção de atropelar ninguém, ele simplesmente se assustou. Estavam batendo no carro dele, então houve um temor, e por isso que ele acelerou", afirma Guimarães.
Segundo o advogado, o empresário tem a intenção de indenizar as vítimas e a família do jovem morto. Guimarães diz que o assunto já foi discutido com seu cliente, mas eles ainda não entraram em contato com as vítimas.
